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Alunos e professores são contra fechamento do centro esportivo Cief

Comunidade escolar reprova mudança na atuação do espaço. Secretaria de Educação alega que haverá expansão dos serviços ofertados

atualizado

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1 de 1 cief - Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Estudantes e professores do Centro Integrado de Educação Física (Cief), na Asa Sul, estão preocupados com uma portaria divulgada pela Secretaria de Educação na última quinta-feira (3/3). A norma extingue o Cief como unidade escolar do Distrito Federal. Apesar da insegurança, a pasta garante que o atendimento à comunidade escolar continuará.

A área foi construída ainda nos primeiros anos de Brasília. O objetivo era atender escolas da região para aulas de educação física, principalmente o Centro de Ensino Médio Elefante Branco (Cemeb), e no preparo de jovens atletas para a disputa de torneios escolares. Nomes de destaque do esporte nacional como Joaquim Cruz, no Atletismo, e Leila Barros, no Vôlei, treinaram nas instalações do Cief.

A responsabilidade em administrar o centro passou por vários órgãos desde a época do regime militar. Mais recentemente, em 2012, a Regional de Ensino do Plano Piloto passou a cuidar do espaço, o qual, em fevereiro, foi alvo de uma primeira portaria da Secretaria de Educação. No documento, a pasta argumentava a necessidade de centralizar os programas de esporte escolar e, por esse motivo, a Direção de Educação Física e Desporto Escolar (Defide) assumiria a gestão do Cief.

Menos de um mês depois da transferência de administração, outra portaria, na semana passada, acabou com o modo de operação que vigorava, o que causou reação negativa na comunidade escolar.

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“O Cief já ajudou muitos alunos a conseguir bolsa de estudo em universidades, por exemplo. Não pode acabar assim”, lamenta Allan Gabriel dos Santos, 18 anos, que frequentou o local quando criança para fazer natação e, até o ano passado, praticava vôlei por meio do Cemeb.

Segundo ele, a principal diferencial do espaço era o atendimento não só à escola, mas também à comunidade em geral. “As aulas de educação física de algumas escolas são ali, mas à tarde tem turmas de vários esportes que qualquer pessoa pode participar”, explica.

Indignada com a decisão, a estudante do 3º ano no Cemeb, Camila Cunha, 17, chegou a fazer uma thread (sequência de posts para explicar um assunto) no Twitter, a fim de chamar a atenção da comunidade escolar do DF. “Fui atrás da portaria e quis informar os alunos sobre o caso e ver o que podemos fazer”, detalha.

Após a divulgação que ela fez sobre o caso, deputados distritais, professores e várias outras pessoas entraram em contato para entender melhor a situação.

Confira as postagens da estudante: 

Um protesto foi organizado por professores que não concordaram com a medida. Um perfil também foi criado para cobrar esclarecimentos da Secretaria de Educação.

Veja: 

O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) emitiu nota, informando acompanhar o caso. “Após o Sinpro argumentar que as portarias foram feitas de uma forma totalmente arbitrária, autocrática e à revelia da comunidade escolar, que inclusive estava de férias, a SEE pediu desculpas pelo método, mas justificou a atitude por conta de prováveis irregularidades do CIEF enquanto escola”, disse a entidade. O Sinpro-DF afirma ainda que pediu a revogação das portarias.

Atendimento à escola ampliado, mas sem comunidade

Marcelo Ottoline, diretor de Educação Física e Desporto Escolar (Defide) da Secretaria de Educação, diz, no entanto, que não haverá perda alguma para as escolas atendidas pelo Cief. “O Centro, na verdade, está melhorando. Estamos propondo um atendimento melhor e mais amplo, pois essa é a única estrutura esportiva que temos”, afirma.

Dessa forma, a pasta pretende implementar o programa Escola Vocacionada, onde alunos poderão, no contra turno, ter aulas com ênfase na prática esportiva. “Vamos receber outras escolas, poderemos receber eventos esportivos por lá… Esse descontentamento é pela insegurança que os professores sentem agora, mas eles estão garantidos de permanecer na regional e, enquanto o Cief estiver fechado, vão preencher outras carências na nossa rede”, explica o gestor.

Enquanto a ideia é expandir o atendimento às escolas, a comunidade, no entanto, deve ficar em segundo plano. “O nosso papel é cuidar da formação dos estudantes. Essa é a nossa prioridade. Se houver, algum momento, espaço para comunidade, nós podemos ver ainda”, conclui o diretor da Secretaria de Educação.

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