Alunos do ensino fundamental II voltam às escolas privadas nesta 2ª. Expectativa é de salas vazias
Sindicato estima que até 26 de outubro, data que marca o retorno do ensino médio, somente 30% dos estudantes terão retornado às unidades
atualizado
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Após observarem o exemplo da educação infantil e do ensino fundamental I, alunos e professores do ensino fundamental II voltarão às atividades presenciais nas escolas particulares do DF nesta segunda-feira (19/10), com as salas ainda vazias.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF) estima que, aproximadamente, de 40 mil a 50 mil alunos estarão de volta às salas de aula após 26 de outubro. A data marca a retomada das atividades do ensino médio nas instituições privadas.
O número apontado pelo Sinepe representa apenas cerca de 30% dos estudantes da rede particular, que tem 570 instituições de ensino. A entidade ainda não sabe estimar quantas escolas devem reabrir nesse segundo momento.
Conforme avalia o diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), Rodrigo de Paula, poucos alunos devem voltar às aulas presenciais a partir de agora. “Já tivemos baixo movimento neste primeiro momento. Achamos que esse índice pode ser ainda menor nos outros seguimentos (ensino fundamental II e ensino médio), porque é onde a educação remota tem funcionado bem”, avaliou.
“Até agora, tivemos 10 casos de professores que nos procuraram dizendo que foram contaminados. Fizemos a notificação e solicitamos o afastamento, assim como a testagem de funcionários que tiveram contato com eles. Mas, no geral, os protocolos estão sendo seguidos”, disse.
“O que a gente lamenta é que não haja essa testagem de todos, mas foi uma decisão da Justiça e respeitamos. Agora, vamos seguir fiscalizando essa retomada”, completou.
Problemas pontuais
Para Alexandre Veloso, presidente da Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), os problemas observados foram pontuais.
“De modo geral, os pais estão satisfeitos com os protocolos de segurança que foram adotados junto ao Ministério Público do Trabalho. A impressão que a gente tem é de que [o retorno] está ocorrendo dentro da normalidade, com poucos casos de contaminação de professores e alunos”, ressaltou.
No início do mês, pais de estudantes relataram ao Metrópoles um caso de falta de transparência de uma escola privada em relação à contaminação por Covid-19 na unidade. No último dia 5, os responsáveis receberam um comunicado do Colégio Arvense sobre o afastamento de uma professora que estava “de atestado médico”, mas não foram informados que a docente suspeitava ter contraído o novo coronavírus. Apenas no dia 9, depois que a profissional testou positivo, a escola enviou um novo aviso, confirmando a infecção da professora.
Após o caso, o consultor jurídico da Aspa-DF, Samuel Paulo, gravou um vídeo, alertando sobre a necessidade de transparência por parte das unidades de ensino com alunos e responsáveis nessas novas etapas de volta às aulas.
“Cabe às escolas um rigoroso controle e monitoramento dos protocolos de biossegurança, dos eventuais casos de contaminação, de quarentena e casos suspeitos, prestando informações imediatas, precisas e constantes aos pais”, disse ele.