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Alunos da Escola Americana de Brasília pintam fachada do Adolescentro

Liderados pela professora irlandesa Fiona Murphy, estudantes renovaram a entrada do centro de atendimento a jovens, na 605 Sul

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1 de 1 - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

Uma professora irlandesa que dá aulas de artes visuais na Escola Americana de Brasília (EAB) quer transformar espaços públicos da capital com pincéis, tinta e a ajuda de alunos. Fiona Murphy, 48 anos, que já fez murais em cidades como Havana (Cuba), Quito (Equador) e Washington (Estados Unidos), começou, há um mês, um projeto para dar cara nova à fachada do Adolescentro, na 605 sul.

Graças a Fiona e a estudantes da EAB, o que era um muro monocromático se tornou uma obra colorida, com pinturas da fauna e da flora do Brasil. “A cor traz felicidade para qualquer lugar. Escolhemos o tema por ter tudo a ver com este país”, conta a professora.

A pintura é feita pelo menos duas vezes por semana. Jovens do 1º ao 3º ano do ensino médio e do 9º ano do ensino fundamental vão, durante o horário de aula de Fiona, para a entrada do Adolescentro, unidade da rede pública que presta uma série de atendimentos a jovens carentes.

“Os atendidos no Adolescentro também são convidados a pintar. A intenção é justamente promover a integração entre pessoas”, diz Fiona Murphy.

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O resultado é fruto de um trabalho de quase um mês
Alunos da EAB e atendidos do Adolescentro compartilham tinta e pincéis para dar cara nova à fachada
Resultado é uma entrada nova e colorida
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Foto mostra como era a entrada do Adolescentro antes da pintura

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O resultado é fruto de um trabalho de quase um mês

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Alunos da EAB e atendidos do Adolescentro compartilham tinta e pincéis para dar cara nova à fachada

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Resultado é uma entrada nova e colorida

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A ideia de fazer grandes murais com a ajuda de estudantes surgiu há 20 anos. Fiona dava aula em uma escola internacional de Havana e se sentia incomodada com o quão cinza a cidade era. “Comecei lá um projeto comunitário. Meu intuito era levar cor para escolas, hospitais e parques públicos. Foi um grande sucesso”, lembra.

 

Agora em Brasília, Fiona comemora a chance de poder fazer iniciativa semelhante. “A direção da escola conversou com os responsáveis pelo posto de saúde, e eles nos deram permissão. Estamos usando toda a parede de entrada para fazer o mural. Tem sido um projeto muito bonito”, afirma a professora.

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A professora Fiona Murphy é a mentora do projeto

 

Um grande aprendizado
Yasmin Fernandes, 15 anos, é uma das alunas da Escola Americana que ajudam na pintura. Ela ressalta a importância de fazer atividades fora do ambiente colegial. “É diferente de ficar em uma sala de aula. Os projetos que fazemos em outras disciplinas são individuais, então é muito bom ter a oportunidade de fazer algo interativo”, conta.

Maria Fernanda Furlan, 16, diz que a oportunidade de interagir com outras pessoas é excelente. “A pintura está integrando, e é muito importante ter esse contato. As crianças ficam olhando, a gente conta sobre o projeto, e elas aceitam ajudar”, relata.

Segundo a professora Fiona Murphy, tão importante quanto sair da rotina de sala de aula é fazer os alunos deixarem a zona de conforto e experimentarem outras realidades. “Eles aprendem a ser professores. A cena mais bonita, para mim, foi ver meus alunos ensinando crianças da comunidade como pintar. Isso me enche de orgulho.”

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Maria Fernanda ressalta a importância da interação com os atendidos pelo Adolescentro
Yasmin gosta de fazer atividades escolares fora da sala de aula
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Alunos estão há um mês pintando toda a parte da frente do Adolescentro

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Maria Fernanda ressalta a importância da interação com os atendidos pelo Adolescentro

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Yasmin gosta de fazer atividades escolares fora da sala de aula

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Experiência positiva
Os reflexos positivos também são sentidos por quem usa os serviços no Adolescentro, unidade que faz atendimento a jovens entre 10 e 18 anos com algum transtorno mental ou que foram vítimas de violência doméstica ou sexual.

Para Glauce Xavier, uma das funcionárias do local e entusiasta do projeto, só há o que ganhar com essa experiência. “É a oportunidade de ter aula com uma excelente professora e conhecer outras pessoas.”

Elisa Oliveira, 31, mãe de um dos jovens atendidos no posto de saúde, aprova a iniciativa da escola. “Meu filho tem síndrome do pânico, e eu acho maravilhoso ele poder pintar enquanto espera atendimento. Em vez de ficar parado, ele faz outra coisa”, diz.

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Após breve explicação, os adolescentes recebem pincel e tinta para poderem brincar
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Jovens do Adolescentro também participam da pintura com ajuda da professora e alunos

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Após breve explicação, os adolescentes recebem pincel e tinta para poderem brincar

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Outra mãe a elogiar a nova fachada do Adolescentro é Maria Aparecida Nunes, 42. A filha dela sofre de psicose e é atendida no local há quase dois anos. “É muito bom, pois a arte ajuda muito o adolescente. Quando não tinha isso, ela ficava sentada esperando”, lembra.

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