Alunos acusados de racismo em jogo de futsal deixam escola do DF
Colégio Galois comunicou que identificou 10 alunos envolvidos em caso injúria racial e preconceito social durante partida de futebol escolar
atualizado
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O Colégio Galois divulgou, nesta segunda-feira (29/4), que identificou 10 alunos da instituição de ensino como “possíveis envolvidos” no episódio de racismo contra estudantes da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima. As ofensas ocorreram durante uma partida de futsal, em 3 de abril, no ginásio do colégio, na 601 Sul, durante o torneio conhecido como Liga das Escolas.
Por meio de nota, o Galois informou que os alunos foram notificados por condutas que incluíram de insultos racistas e classistas a manifestações acaloradas. Dos 10 estudantes identificados, cinco pediram desligamento da escola.
Após ouvir o cada uma das famílias dos envolvidos – todos menores de 18 anos –, o conselho de classe do colégio definiu sanções escalonadas, de acordo com a gravidade dos atos cometidos e graduou “as penalidades a partir da participação dos alunos, entre apoio, incentivo ou proferimento das injúrias”.
“Dos 10 notificados, metade usou o recurso – legítimo – de solicitar o desligamento da escola. Entre os que seguiram no processo, a alguns foram imputadas medidas pedagógicas éticas disciplinares e a outros, o conselho julgou que não cabia penalidades por não estar comprovado o envolvimento”, comunicou o Galois.
O resultado das apurações internas será encaminhado à Polícia Civil (PCDF), à Secretaria de Educação (SEEDF), ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e à Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima. “Essas instituições também receberão [uma relação das] nossas ações e providências [adotadas] para evitar que situações como aquela ocorram novamente. Assim, finalizamos o processo pedagógico educacional”, destacou o Galois.
Entre as medidas definidas pelo colégio particular como ações preventivas estão: reformulação do manual de conduta da escola; criação de um canal exclusivo para receber sugestões do público; e promoção de cursos de qualificação e desenvolvimento para professores, colaboradores e alunos sobre reconhecimento e abordagem de questões como racismo e preconceitos.
“Também serão implementadas ações educativas que abordem a importância da diversidade e da inclusão, como palestras, atividades culturais e eventos temáticos, e haverá a integração de conteúdo programático com atividades extracurriculares para abordar a temática em todas as unidades do Galois”, completou a instituição de ensino no comunicado.
Relembre o caso
A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, na 906 Sul, publicou nota de repúdio na qual denunciou que estudantes do colégio foram alvos de preconceito social e injúria racial durante uma partida de futsal contra time do Galois.
“Na ocasião, os alunos do colégio Galois proferiram diversas palavras ofensivas à equipe da Escola Fátima, tais como ‘macaco’, ‘filho de empregada’, ‘pobrinho’, tornando o ambiente inóspito e deixando nossos estudantes abalados”, denunciou a direção da instituição de ensino franciscana.
De acordo com a escola Nossa Senhora de Fátima, apesar da presença de diversos responsáveis no local, nenhuma providência efetiva e adequada foi adotada pelos funcionários do Galois, que sediou o jogo.
“Importante destacar que os alunos agressores encontravam-se, em sua maioria, uniformizados, ou seja, estavam sob guarda e responsabilidade do Colégio Galois que, neste caso, mostrou-se conivente com a situação humilhante e vexatória vivida pelos alunos da Escola Fátima”, frisa.
Em resposta à nota de repúdio divulgada pela Escola Fátima, o diretor pedagógico do Colégio Galois publicou um comunicado no qual informa que iniciaram uma investigação interna “rigorosa” para apurar as circunstâncias do episódio narrado.