Aluno é picado por escorpião dentro de sala de aula no DF
Caso ocorreu na Asa Norte. Criança tem 10 anos e mãe reclama de acúmulo de entulho na unidade. Secretaria promete providências
atualizado
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Um menino de 10 anos foi picado por escorpião na Escola Classe da 106 Norte, dentro de sala, durante o horário de aula. O caso foi apenas um susto para a criança, que ficou com o dedo inchado, mas chamou a atenção para a estrutura da instituição de ensino.
Com um corredor reservado especificamente para guardar entulho, o colégio não recebe, desde 2014, uma visita da Secretaria de Educação para que sejam recolhidos os equipamentos quebrados.
A vítima da picada, um estudante do 5º ano, estava guardando o material dentro do estojo quando sofreu a ferroada. “Ele ficou paralisado na hora. Foi na ponta do dedo dele” conta Erika de Paula, mãe da criança. O caso ocorreu na terça-feira passada (26/3), mas só foi divulgado nesta segunda (1°/4).
Assim que o menino contou o ocorrido, diz a vice-diretora da escola, Lisete Prediger, os funcionários da fizeram uma grande busca no local. “Não achamos nada. Como o estojo estava vazio, tiramos todos os alunos da sala para olharmos em todos os cantos. Mesmo assim, não encontramos”, relata.
Erika foi chamada e levou o filho para ser atendido no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), sem saber qual foi a espécie de escorpião que picou o menino. “Demorou muito para sair o resultado dos exames, porque me disseram que a única máquina que faz a análise do sangue estava com vários problemas”, reclama a mãe. O menino ficou em observação por um dia e foi liberado. Ele já se recuperou da ferroada e passa bem.
Não foi a primeira vez, no entanto, que a escola sofreu com esse tipo de problema. Em 2013, lembra a vice-diretora, outro aluno foi picado. Além disso, ela afirma que há outras situações recentes. “Vira e mexe aparecem escorpiões. Outro dia eu estava na sala da diretoria e um parou do lado do meu pé”, relata.
Entulho atrapalha
A mãe do menino que sofreu a picada crê que o principal motivo para a aparição de escorpiões seja o acúmulo de lixo dentro da própria escola. “Tem muito entulho e ninguém tira. Cheguei até a propor que os próprios pais dividissem o custo do recolhimento, mas me disseram que aquilo é patrimônio da Secretaria de Educação”, diz. “Então a pasta não faz o trabalho dela e também não deixa que outras pessoas façam”, reclama.
A vice-diretora Lisete diz que não tem como buscar uma saída. “O entulho que fica acumulado é propriedade da Secretaria de Educação. São mesas e cadeiras quebradas, freezer estragado… Não tenho permissão para que qualquer um recolha. O problema é que, desde 2014, ninguém do governo vem, e o lixo só aumenta”, explica.
“Já enviei vários memorandos para a secretaria e nunca há previsão de alguma atitude”, lamenta a vice-diretora. O local onde o lixo fica acumulado em um corredor fica atrás das salas de informática, da diretoria e dos professores.
Ao redor da escola, o mato é alto. “Com relação à dedetização, nossa escola está regular. Fizemos a última em fevereiro, antes das aulas começarem. Com o caso recente, já marcamos outra para a próxima sexta (5)”, ressalta.
Versão oficial
Acionada, a Secretaria de Educação disse, por meio de nota, que “representantes da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Plano Piloto estiveram na Escola Classe 106 Norte na tarde desta segunda-feira (1º). Foi constatado o acúmulo de bens inservíveis, como carteiras e outros materiais. A CRE se pontificou a recolher os objetos ainda nesta semana. Quanto ao ambiente externo da escola, será solicitada a limpeza junto à Novacap [Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil]”.
Já a Novacap informou que “irá enviar técnicos ao local para verificar a situação e, se possível, realizar ainda nesta semana a roçagem do mato alto na área externa da escola”.