Aluna de escola pública vai representar DF no programa Jovem Senador
Emanuelle Lana de Miranda, 16 anos, teve uma das melhores redações entre os mais de 170 mil alunos do país que participaram do concurso
atualizado
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Uma estudante do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte foi selecionada para representar o Distrito Federal no programa Jovem Senador de 2024. Emanuelle Lana Faria de Miranda, 16 anos, teve uma das melhores redações entre os mais 170 mil alunos do país que participaram do concurso neste ano.
Os 27 estudantes vencedores, que representam cada unidade federativa do Brasil, terão a oportunidade de participar da Semana de Vivência Legislativa em Brasília entre os dias 5 e 9 de agosto, por meio de uma imersão na rotina parlamentar.
O Jovem Senador é realizado anualmente com a participação de estudantes do ensino médio, de até 19 anos, que estejam matriculados em uma das escolas públicas estaduais ou do Distrito Federal.
A seleção dos participantes ocorre por meio de um concurso de redação realizado em parceria com as secretarias estaduais de educação, que mobiliza escolas, professores e alunos. Os autores das melhores redações de cada estado e do Distrito Federal se tornam os jovens senadores e senadoras do ano.
Os estudantes são convidados a vivenciar a prática legislativa parlamentar durante uma semana. Orientados por consultores legislativos e membros da Secretaria Geral da Mesa, os jovens têm a oportunidade de debater, votar e apresentar um projeto, que depois é encaminhado à CDH como sugestão legislativa.
Neste ano, o tema da redação era os 200 anos do Senado Federal e os desafios para o futuro da democracia. A edição teve recorde de inscrições. Foram mais de 170 mil redações corrigidas no Brasil, e mais de 4 mil escolas participantes.
Emanuelle foi anunciada como a aluna que representará o DF no Jovem Senador, durante um evento de abertura do interclasse na escola dela neste sábado (29/6).
Assista ao momento do anúncio:
Ao Metrópoles, a estudante do 2º ano do ensino médio disse que este era o segundo ano consecutivo dela tentando ser selecionada para o Jovem Senador. Apaixonada pela escrita, ela teve apoio e orientação da professora de redação Érica Correa.
“Por conta do adiamento da divulgação do resultado, estava desacreditada de que seria uma das selecionadas. E aí aconteceu toda essa surpresa do interclasse, foi um momento muito especial. Estavam todos os estudantes, todo mundo vibrou essa conquista que não foi só minha, foi muito gratificante. A sensação é de trabalho bem feito”, vibrou Emanuelle.
A adolescente que sonha em cursar relações internacionais confidenciou que a redação tem lugar guardado no coração dela, e acredita que a escrita é uma das melhores formas de se expressar.
“Eu acho que o programa vai contribuir de uma magnitude gigantesca. Tenho certeza que irei aprender coisas que vou carregar pro resto da vida. Anseio que o que eu vou aprender possa impactar outras pessoas. O meu desejo é que possa aprender, representar todas as pessoas do DF e estar ali sendo uma ponte de conhecimento pra mim e outros”, comentou.
Ela contou que mencionou na redação conquistas do Senado Federal ao longo do bicentenário, dentre elas as do senador Ruy Barbosa, que teve uma atuação importante na área da educação. “Também pontuei coisas que poderiam ser melhores, como a transparência e comunicação”, destacou.
Coordenador do Jovem Senador, George Cardim avalia que o programa dá voz e protagonismo para os estudantes das escolas públicas.
“É uma oportunidade única de aproximá-los do Senado e do mundo da política. Eles se reúnem nas comissões e no plenário, e discutem projetos que podem até mesmo entrar na pauta. O interessante é que eles têm essa possibilidade de criar uma lei. Mais de 40 projetos de lei que foram apresentadas pelos jovens senadores já foram votados em algumas comissões, e até mesmo em plenário”, ressaltou George.
O Programa Jovem Senador foi criado em 2011. No total, sete projetos de alunos já foram aprovados pelo Senado e enviados à Câmara dos Deputados. Em 2024, o programa chega à 12ª edição.
Ao final da vivência legislativa do Programa Jovem Senador, as ideias debatidas pelos estudantes aqui, se por eles aprovadas, ficam registradas como sugestão legislativa.
A proposta é votada pela Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH) e, se for aceita, começa a tramitar como projeto de lei do Senado (PLS) de autoria do colegiado. Desde que foi criado, o Jovem Senador reverteu 45 sugestões legislativas em PLSs.
Em março deste ano, o plenário aprovou um projeto de lei com ideia originalmente apresentada no Programa Jovem Senador. O texto cria regras para o ensino em tempo integral na educação básica brasileira e determina que a escola de tempo integral deve manter o aluno em atividades por no mínimo sete horas por dia.
O projeto foi à Câmara dos Deputados. George comentou que a experiência legislativa dos estudantes ajuda a desenvolver habilidades importantes como liderança, a busca do melhor argumento no debate político e a convivência saudável entre diferentes opiniões.
“É incrivelmente gratificante pensar que jovens estudantes do ensino médio de escolas públicas de todo o país puderam contribuir para fortalecer o ensino integral e aprimorar a LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, uma norma que define toda a organização da educação brasileira, relatada aqui no Senado pelo senador e importante educador Darcy Ribeiro”, pontuou.