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Alta no preço dos materiais de construção ameaça parar obras públicas

Segundo a Ademi, encarecimento de insumos pode fazer com que empresas tenham prejuízo na hora de executar obras já licitadas

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Obra do viaduto do eixão sul
1 de 1 Obra do viaduto do eixão sul - Foto: Jp Rodrigues/Metrópoles

O encarecimento dos materiais de construção em todo o país pode prejudicar obras públicas de infraestrutura que estão em andamento, construções de casas populares e aumentar o valor de imóveis. A previsão do setor imobiliário vale enquanto insumos básicos, como aço, cimento, fios e materiais de acabamento, continuarem em alta, que atinge até 40%.

“Pode haver paralisação de obras, devido à mudança dos preços”, diz o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF), Eduardo Aroeira.

A Ademi e outras instituições ligadas à Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) se reuniram para juntar evidências de possíveis abusos nos preços dos materiais. O documento, divulgado nesta terça-feira (15/9), foi entregue ao governo federal.

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O material, levado à Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade, do Ministério da Economia, ressalta as causas e que o “aumento nos preços é resultado da falta de oferta de produtos em quantidade suficiente para atender o mercado, uma vez que foi criado um desequilíbrio artificial por parte das empresas”.

“Com a insegurança inicial gerada pela pandemia, em março, foi criado um falso desabastecimento, que foi sendo aproveitado pelos fornecedores para recuperar preços. Se não houver um choque de oferta urgente, a memória
inflacionária irá criar um caminho sem volta para a nossa economia”, disse o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Cotações

A CBIC cruzou informações, cotações e declarações para acionistas por parte de grandes indústrias a fim de ter uma base no valor de mercado. São apresentados, por exemplo, dados que podem demonstrar interferência por parte de uma siderúrgica, além do posicionamento de uma entidade da indústria do cimento declarando que o setor possui 45% de capacidade ociosa e que está aproveitando para recuperar preços.

O levantamento ainda traz correspondências enviadas por diferentes fabricantes de insumos comunicando aumentos idênticos nos preços dos mesmos produtos, simultaneamente, para a mesma região. “A suspeita é de cartel. Se for mesmo comprovada, tem que ser apurada e coibida. É necessário aumentar a fiscalização”, afirmou presidente da Ademi no DF.

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A alta nos materiais de construção provocará aumento no preço dos imóveis
O tijolo teve forte alta, segundo dados do IBGE
A venda de imóveis novos no DF aumentou em março de 2021
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A reforma da Praça dos Pioneiros, na Quadra 2, segue em andamento

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Custo de imóveis

Conforme o Metrópoles havia adiantado, o preço dos imóveis, do mesmo modo, subirá. No documento, a CBIC também prevê aumento do custo de residências populares. Esse gasto adicional pode prejudicar programas como o Casa Verde e Amarela, pois existe teto para essas construções, que precisará de aumento para comportar o encarecimento dos insumos.

Para o vice-presidente da área de Habitação de Interesse Social da entidade, Carlos Henrique de Oliveira Passos, nos programas voltados para esse tipo de imóvel, hoje, não há espaço para repasse de preços.

“Isso afetará o apetite para novos lançamentos. Para as obras em andamento, como não há correção sobre os valores desembolsados pela Caixa, nossa preocupação maior é com o impacto no desequilíbrio contratual e eventuais paralisações”, avalia.

Pesquisas

Nos últimos meses, a CBIC fez duas pesquisas para verificar o que estava ocorrendo em relação ao desabastecimento e ao aumento nos preços dos materiais. A primeira, entre os dias 16 e 21 de julho deste ano, contou com 462 respostas oriundas de construtoras e incorporadoras de 25 estados. A segunda, no início deste mês, compilou documentos apurados e recebidos das próprias empresas fornecedoras dos materiais.

Por meio das pesquisas, a entidade verificou que durante a pandemia, em especial nos meses de julho e agosto, houve incremento expressivo nos preços de materiais, um movimento completamente alheio à realidade inflacionária nacional.

No DF, o Procon identificou e notificou 17 lojas de materiais de construção, e que continua recebendo denúncias sobre o aumento expressivo dos insumos.

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