Alta de casos de gripe provoca falta de Tamiflu em farmácias do DF
Remédio é prescrito para o alívio de sintomas da gripe. Farmácias registram alta procura e não têm previsão de data para repor o medicamento
atualizado
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Com o aumento de casos de gripe no Distrito Federal, farmácias da capital registram alta procura e falta do medicamento fosfato de oseltamivir, o Tamiflu. O remédio é prescrito para o alívio de sintomas de gripe. O Metrópoles fez uma pesquisa pelas principais redes de drogarias do DF, e a maioria informou que o medicamento está em falta nas unidades.
Na Drogaria Rosário, na 102 Sul, atendentes afirmaram que a procura está grande desde o início de dezembro e que o remédio acabou há cerca de uma semana. Segundo informações da farmácia, a rede atende até 15 clientes por dia em busca do remédio e não há previsão de data para o recebimento de mais caixas do medicamento.
Tamiflu esgota em farmácias. Médica alerta para uso indiscriminado
Na Drogasil, na 102 Sul, quatro produtos foram entregues na terça-feira (4/1), mas todas as unidades do medicamento acabaram no mesmo dia. “Quando chega é pouco e acaba muito rápido. Clientes ligam para reservar o remédio toda hora”, contou uma balconista.
Em nota, a Drogasil informou que está atuando na reposição dos estoques para o abastecimento de suas lojas ainda na primeira quinzena de janeiro.
A rede DrogaFuji está sem previsão para receber o medicamento. A farmácia registra alta procura pelo Tamiflu desde o fim de novembro de 2021. De acordo com a rede, as unidades vendiam pouco antes do surto de gripe, mas, agora, mais de 20 pessoas recorrem às lojas, todos os dias, em busca do antiviral.
Explosão de casos de gripe sobrecarrega unidades de saúde do DF
O arquiteto Roberto Luís Fernandes, 32 anos, morador da Asa Norte, esteve em busca do Tamiflu, na manhã desta quarta-feira (5/1), para tratar os sintomas de uma gripe. Ele chegou a ir a quatro farmácias, mas só encontrou o medicamento em uma unidade da Drogaria Pacheco, na 403 Norte.
O Metrópoles esteve na unidade e verificou que restam apenas duas caixas do remédio para serem vendidas. Segundo o gerente da loja, de três a cinco pessoas passam pelo local à procura da medicação, que está sem previsão para reposição.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma), o DF registrou falta do Tamiflu em 20 de dezembro de 2021 por causa da indicação para tratamento da influenza. Em nota ao Metrópoles, o sindicato informou que entrou em contato com a fabricante do remédio para retomarem a produção.
Além de muito procurado pelos pacientes, o Tamiflu tem preço alto nas farmácias. Em algumas redes do DF, o remédio de 70 mg custa R$ 320. O fármaco de 30 mg, de uso pediátrico, até R$ 183.
O medicamento pode ser adquirido de forma gratuita nas unidades básicas de saúde do DF. A Secretaria de Saúde informou, em nota, que a rede está abastecida com o Tamiflu nas concentrações de 30 mg, 45 mg e 75 mg. Para retirar qualquer medicamento na rede, é necessário apresentar receita médica, cartão do SUS e documento de identidade com foto.
O que diz a fabricante do remédio
Em nota, a Roche Farma Brasil informou que a “operação logística em relação ao medicamento Tamiflu (fosfato de oseltamivir), considerando abastecimento e distribuição, segue normalizada em todo o território nacional”, mas a epidemia da gripe estaria impactando o gerenciamento de estoque.
Leia nota na íntegra:
“A Roche Farma Brasil esclarece que sua operação logística em relação ao medicamento Tamiflu®️ (fosfato de oseltamivir), considerando produção, abastecimento e distribuição, segue normalizada em todo o território nacional.
No entanto, a epidemia de gripe, causada pelo vírus influenza H3N2, em um período atípico do ano, impacta e confere mais complexidade ao gerenciamento de estoque de nossos parceiros, responsáveis pela disponibilização de Tamiflu®️ (fosfato de oseltamivir) aos pacientes.
Reafirmamos que a Roche segue comprometida em responder com urgência à sazonal e crescente demanda pela medicação, trabalhando com prioridade — junto aos seus parceiros externos — para que o medicamento esteja disponível aos pacientes que dele necessitam o mais rápido possível.”