Ainda na UTI, médicos retiram sedação de advogada atropelada no DF
Tatiana Matsunaga está internada na unidade de terapia intensiva do Hospital Brasília desde a última quarta-feira (25/8)
atualizado
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Os médicos que acompanham o caso da advogada e servidora da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) Tatiana Machado Matsunaga, 40 anos, atropelada propositalmente pelo também advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, 37, na última quarta-feira (25/8), retiraram a sedação da paciente, na manhã desta segunda-feira (30/8).
Segundo o pai da vítima, a filha começou a apresentar melhoras e foi possível reduzir a medicação.
“Tiraram a sedação. Agora, é aguardar ela acordar. A melhor avaliação virá depois que ela despertar”, relatou Luiz Sérgio Machado.
Na sexta-feira (27/8), a vítima começou a receber alimentação por sonda enteral e não rejeitou o alimento.
Veja imagens do atropelamento:
Cirurgias
A advogada passou por cirurgia no Hospital Brasília no mesmo dia do atropelamento. O acidente foi registrado na QI 19 do Lago Sul. Segundo familiares de Tatiana, ela teve traumatismo craniano, fratura da bacia e fratura exposta do tornozelo.
Câmeras flagraram a perseguição antes de o advogado atropelar Tatiana.
As imagens mostram o Fiat Idea prata dirigido por Paulo Ricardo e o Hyundai Creta branco onde estava Tatiana e o filho, de 8 anos. Pelos vídeos é possível ver que os carros trafegavam rápido, com Tatiana passando sobre um quebra-molas de forma abrupta, na tentativa de escapar do homem que a perseguia.
As câmeras ainda registraram o momento em que a advogada entra no conjunto onde mora e o advogado trabalhista entra logo em seguida, na tentativa de interceptá-la. Após a confusão na frente da casa, onde Paulo Roberto joga o carro sobre a servidora, passando por cima dela, as câmeras flagram o momento em que o motorista foge em alta velocidade.
Veja imagens da perseguição:
Milhomem, autuado por tentativa de homicídio, trabalhou como assessor do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA), em cargo de natureza especial, com salário de R$ 5,1 mil, até 2018, quando foi exonerado. O advogado passou por audiência de custódia na quinta-feira (26/8). A Justiça o manteve preso.
Na decisão que converteu o flagrante em prisão preventiva, a juíza Paula Afoncina Barros Ramalho atestou que as circunstâncias indicam, num primeiro juízo, a especial periculosidade do agente e “fornecem base empírica idônea à conclusão de que sua liberdade afetará a ordem pública.”
“Tentou matar a nossa filha”
Para os pais da advogada, o autor do acidente tinha a intenção de tirar a vida da filha deles.
“Essa pessoa tentou matar a nossa filha. Felizmente não conseguiu. Essa foi a intenção dele. Inicialmente, pensei que fosse algo sem gravidade. Quando chegamos ao local e vimos ela sangrando, a ficha caiu que era muito sério”, afirmou Luiz Sérgio.
O Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil seccional DF (OAB-DF) vai analisar se o advogado deve ter o registro suspenso. Foi instaurado processo de ofício para analisar em sessão da Corte se Paulo Ricardo Milhomem deve ter suspensão preventiva de carteira da OAB. A previsão é de que o caso seja julgado nesta terça-feira (31/8).