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Águas Claras: parentes temiam filho de idosa morta em incêndio

Morta em incêndio em apartamento, Zely Alves Curvo vivia sob cuidados do ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo; parentes alegavam agressividade

atualizado

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Reprodução/redes sociais
Imagem do ex-médico ginecologista Lauro Estevão Vaz Curvo, filho de Zely Alves Curvo, mulher morta em incêndio em Águas Claras no último dia 31 de maio. Leandro está de camiseta branca, sem óculos.
1 de 1 Imagem do ex-médico ginecologista Lauro Estevão Vaz Curvo, filho de Zely Alves Curvo, mulher morta em incêndio em Águas Claras no último dia 31 de maio. Leandro está de camiseta branca, sem óculos. - Foto: Reprodução/redes sociais

Familiares da idosa Zely Alves Curvo, 94 anos, morta durante incêndio ocorrido em apartamento em Águas Claras na última sexta-feira (31/5), tinham medo do ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo (foto em destaque), filho da vítima. Lauro era quem cuidava de Zely e, de acordo com parentes, dificultava o acesso à mãe.

As informações constam em perícia psicossocial realizada pela Coordenadoria Executiva de Psicossocial (Ceps) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em junho do ano passado. Na ocasião, os peritos ouviram pessoas ligadas à vítima com o objetivo de avaliar a situação de Zely e identificar um familiar apto para cuidar da idosa. Ela havia sofrido um acidente vascular cerebral há quatro meses e estava internada no Hospital Militar da Área de Brasília (Hmab).

Além dos parentes de Zely, uma funcionária do Hmab também foi ouvida. Ela disse que o contato com Lauro foi “marcado por desavenças” no período em que a idosa esteve internada. A equipe do hospital alega que o filho deixava a mãe várias horas por dia sem acompanhamento e não providenciava outro cuidador.

Em maio de 2023, o hospital deu alta para Zely e disponibilizou equipamentos e atendimento domiciliar, mas Lauro pedia que ela seguisse no hospital em situação de homecare, o que não foi aprovado. Em maio do ano passado, a idosa teve alta e o filho se recusou a levá-la para casa, momento em que chegou a ser preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas solto em seguida.

Os familiares de Zely – um outro filho, que mora em Cuiabá-MT; e uma irmã e uma sobrinha-neta, que vivem em São Paulo – souberam da prisão através de notícias. Neste momento, eles chegaram a se organizar para buscar a idosa em Brasília, mas não o fizeram por medo de Lauro. Segundo consta na perícia do MPDFT, os parentes classificavam o homem como “uma pessoa agressiva e sem limites, que sempre gerou conflitos com familiares e vizinhos, tal como ocorreu no hospital”.

Eles diziam ainda que Zely morava sozinha até o fim de 2021, quando Lauro levou a mãe para o apartamento em Águas Claras e teria restringido contato com a família, trocando de celular e desativando o telefone fixo que os parentes distantes tinham acesso.

A irmã de Zely disse aos peritos do MPDFT que a visitou pela última vez em 2020. Na ocasião, a vítima se queixou de Lauro e contou que, certa vez, sofreu uma queda em casa e esperou três dias para que o filho a levasse ao hospital. Acusou ainda o filho de se importar somente com a pensão recebida por conta da morte de seu marido, o general de brigada Vaz Curvo, falecido em 1993.

Ainda de acordo com o processo, um outro filho de Zely se disponibilizou a ser curador da mãe, tendo a curatela compartilhada, mas que não poderia vir a Brasília constantemente. Ele disse que tinha amigos que poderiam visitar a mãe, mas que todos também tinham medo de Lauro.

Cassação

Médico ginecologista, Lauro foi condenado em primeira e segunda instâncias após ser acusado por duas pacientes de tocá-las indevidamente durante exames clínicos, entre 2009 e 2010, no Centro de Saúde nº 1, em São Sebastião. À época, uma delas tinha 17 anos e estava grávida. Ele também teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

Em 2013, Lauro recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, três anos depois, reduziu a pena de seis anos e seis meses para cinco anos e 11 meses. O registro junto ao CRM-DF, no entanto, continuou cassado.

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