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Água gasta no Mané abasteceria Candangolândia por mais de um mês

Terracap acredita que falha no medidor aumentou consumo de 1.421m³ para 94.295m³ em junho. Caesb vai apontar as causas nesta quarta (19)

atualizado

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estadio Mané garrincha 2
1 de 1 estadio Mané garrincha 2 - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Os 94.295m³ (ou 94,2 milhões de litros de água) gastos pelo estádio Mané Garrincha no mês de junho seriam suficientes para abastecer cerca de 20 mil pessoas durante um mês. Em plena crise hídrica, a quantidade garantiria água nas torneiras por 35 dias para moradores de uma cidade do porte da Candangolândia, que tem 16.848 habitantes, de acordo a última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD), da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Como mostrou o Metrópoles com exclusividade nesta terça-feira (18/7), a conta de água e esgoto do estádio, com vencimento no último dia 20 de junho, foi de impressionantes R$ 2.266.757. O valor é 67 vezes maior que a média de consumo da arena nos outros meses, de 1.421m³, ou 1,421 milhão de litros. Neste patamar, a conta não ultrapassa R$ 37 mil.

Para se ter ideia, um morador do DF gasta, também em média, 4.590 litros a cada mês. Somente essa fatura cobrada pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) supera em três vezes o gasto mensal de manutenção do estádio: R$ 700 mil.

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O <b>Metrópoles</b> revelou com exclusividade um duro golpe nas contas da Terracap: a conta de água e esgoto no valor de R$ 2,2 milhões. Empresa conseguiu negociar valor e pagará 50% à Caesb
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Conta astronômica ainda não foi explicada oficialmente

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O Metrópoles revelou com exclusividade um duro golpe nas contas da Terracap: a conta de água e esgoto no valor de R$ 2,2 milhões. Empresa conseguiu negociar valor e pagará 50% à Caesb

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Sem uma justificativa para o gasto exorbitante, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) trabalha com a hipótese de que houve uma falha no medidor que fez a leitura do gasto de água e esgoto. Essa teoria foi repassada pelo presidente da empresa, Júlio César de Azevedo Reis, à reportagem. Funcionários da companhia estiveram no Mané Garrincha, junto com a Caesb, durante a tarde desta terça-feira (18). No entanto, ninguém deu informações sobre o resultado da inspeção.

Questionada pela reportagem, a Caesb disse que não iria se posicionar sobre o assunto e afirmou que há a previsão de entrega de um relatório à Terracap nesta quarta-feira (19). O documento deve apontar as causas do alto consumo em junho.

Até lá, a arena esportiva segue parada. O último jogo no Mané foi em 6 de maio, há mais de dois meses. Neste ano, o estádio recebeu apenas 22 jogos de futebol.

Problemas recorrentes

A tarifa de R$ 2,2 milhões é um golpe ainda mais duro no bolso do contribuinte e nas contas da Terracap. A estatal tenta se reerguer de uma crise sem precedentes. Recentemente, a empresa anunciou o corte de funcionários e outras medidas para tentar equilibrar as contas. Além de passar a tesoura em três das sete diretorias, a estatal quer acelerar o Plano de Demissão Incentivada (PDI), em curso desde novembro de 2016.

Até dezembro, a agência espera que mais 100 funcionários concursados sejam desligados, totalizando 199 demissões. O enxugamento no quadro de pessoal, segundo cálculos da própria empresa, pode implicar em uma economia de R$ 25 milhões na folha salarial de 2017. Nos demais anos, esse valor pode subir para R$ 57 milhões a cada 12 meses.

O plano, contudo, pode naufragar. Tudo por conta das dificuldades que a Terracap tem encontrado para arcar com seus compromissos financeiros. “Eles não têm recursos e, por isso, adiaram o PDI”, conta um servidor, que prefere não se identificar.

A estatal prometeu pagar um salário para cada ano trabalhado mais o plano de saúde por cinco anos aos funcionários demitidos pelo PDI. De acordo com o Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta (Sindser), 21 profissionais teriam sido barrados após o pedido de adesão. “Quem entrou, entrou. Quem não entrou, não entra mais. Eles não estão autorizando novos pedidos”, resume outro empregado.

Balanço negativo
A ideia é reduzir custos e aumentar a receita por meio de ações como descontos de 25% para pagamento à vista de imóveis, renegociação de dívidas e vendas de lotes em áreas como o Setor Noroeste.

A empresa amargou, no fim de 2016, prejuízo de R$ 255 milhões e tem um rombo de R$ 1,5 bilhão deixado por irregularidades nas obras do Mané Garrincha. De outro lado, as despesas da estatal seguiram na direção contrária: saltaram de R$ 623,3 milhões, em 2015, para R$ 637 milhões, no ano seguinte.

 

Os rolos e os clássicos do Mané:

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E deixa os fãs do futebol na expectativa de um excelente resultado na próxima Copa
Até o gramado do estádio foi investigado por suspeita de superfaturamento
Mesmo tendo custado R$ 1,6 bilhão, a arena candanga está bastante danificada
Durante partida entre Flamengo e Vasco pelo Carioca de 2017, estádio teve apagão
Veto da CBF afastou do estádio clubes da Série A
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Inaugurado em 2013, o Mané Garrincha é considerado o mais caro dos estádios erguidos no país para a Copa 2014

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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E deixa os fãs do futebol na expectativa de um excelente resultado na próxima Copa

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Até o gramado do estádio foi investigado por suspeita de superfaturamento

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Mesmo tendo custado R$ 1,6 bilhão, a arena candanga está bastante danificada

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Durante partida entre Flamengo e Vasco pelo Carioca de 2017, estádio teve apagão

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Veto da CBF afastou do estádio clubes da Série A

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A cobertura do estádio está entre os itens que podem ter sido superfaturados

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O Mané Garrincha recebeu 10 partidas dos Jogos Olímpicos 2016. A seleção masculina de futebol, campeã do torneio, jogou no local duas vezes e empatou sem gols em ambas as disputas. Do lado de fora, torcedores reclamaram de longas filas

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O Mané Garrincha abriu espaço para as mulheres mais de uma vez: em 2013 e 2014, foi disputado o Torneio Internacional Feminino, com direito a show de Marta (na foto, à esquerda) e companhia

André Borges/Agência Brasília
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O antigo Mané Garrincha foi inaugurado em 10 de março de 1974, com capacidade para 45,2 mil torcedores. Acabou demolido para dar lugar ao moderno Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Arquivo Público do DF
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Obras do novo Mané Garrincha, que recebeu o prenome de Estádio Nacional de Brasília, duraram três anos

Divulgação
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Luminárias desligadas no Mané Garrincha. Estrutura precária para receber os torcedores

Ian Ferraz/Especial para o Metrópoles
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Espelho quebrado no banheiro masculino da arquibancada inferior do Mané Garrincha. Reparos de diversas áreas são cobrados na Justiça

Ian Ferraz/Especial para o Metrópoles
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Os ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda estão sendo investigados pela Lava Jato: delatores afirmaram que ambos receberam propina pela obra da arena

Michael Melo/Metrópoles

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