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AGU aciona Justiça após ameaça de novos conflitos na UnB

Pedido inclui fim da “promoção de vandalismo” nos campi em função da polarização vivida nas eleições para a Presidência da República

atualizado

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1 de 1 confusão unb - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou a Justiça para que manifestantes permitam o livre trânsito de alunos e funcionários na Universidade de Brasília (UnB). O pedido inclui o fim da promoção de vandalismo e depredação nos campi. A solicitação partiu da própria universidade e tem o objetivo de prevenir danos à instituição e à comunidade acadêmica.

O pedido inclui a interpelação do grupo que convocou o ato a favor de Jair Bolsonaro na segunda-feira (29/10), para comemorar a vitória do candidato e protestar contra o “comunismo”. Caso a solicitação seja acatada pela Justiça Federal, os manifestantes serão notificados para que não interfiram nas atividades e não causem danos ao patrimônio. Eles também serão alertados sobre a responsabilização pelos seus atos.

A UnB tem vivido, nos últimos meses, uma série de conflitos, atos de vandalismo e perturbações que causam intensa preocupação na comunidade, incluindo alunos, funcionários, professores e a Administração Superior. Os problemas levaram a Reitoria a divulgar, nesta terça (30), uma nota na qual pede tolerância e autonomia universitária, além de ressaltar que o pluralismo de ideias e o convívio democrático são valores fundamentais da universidade.

A nota cita, por exemplo, episódios como a mutilação de livros sobre direitos humanos (ocorrida no mês passado e que está sob investigação), pichações nos muros dos prédios, colagem de adesivos nas paredes, destruição de cartazes de uma exposição dos estudantes do curso de graduação em museologia e até os recentes conflitos entre alunos de direita e de esquerda – por causa da última eleição presidencial, como o ocorrido nessa segunda-feira.

Veja vídeos abaixo:

Proferindo palavras de ordem e aos gritos de “recua”, centenas de alunos da UnB partiram para cima dos apoiadores de Bolsonaro, vestidos com camisetas verde-amarelas e segurando cartazes com as inscrições “pela família” e “é melhor Jair se acostumando”.

De acordo com a nota, os atos citados, ao lado de mensagens ameaçadoras, fizeram parte de uma ofensiva contra a universidade e geraram manifestações de preocupação por parte de professores, estudantes e técnicos. “Esses lamentáveis eventos, associados ao anúncio de um ato político na tarde de segunda-feira (29), que afirmava que ‘a universidade não é lugar de comunistas’ exigiram que a Administração Superior tomasse providências firmes e imediatas para garantia da integridade da comunidade acadêmica”, diz o comunicado.

Para tanto, segundo a mensagem divulgada pela Reitoria, foram contatadas a Secretaria de Segurança Pública do DF e a Polícia Federal, que se colocaram a postos caso houvesse necessidade de intervenção.

“Felizmente, o ato não demandou qualquer ação por parte das forças de segurança, senão o acompanhamento dos manifestantes, à distância, para evitar confrontos entre grupos com posições divergentes. Não houve suspensão das atividades acadêmicas e administrativas da UnB, que transcorreram sem incidentes”, afirma o texto divulgado junto à comunidade universitária.

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Ativistas pró-Bolsonaro são expulsos do ICC, na UnB

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Intolerância
Por fim, a Administração Superior da UnB afirma, no documento, que não pode deixar de manifestar repúdio aos atos de vandalismo, intolerância e violência ocorridos. Tais acontecimentos, de acordo com a nota, não são admissíveis em uma instituição plural por excelência, dedicada a formar cidadãos para o exercício democrático.

“A Administração apela à comunidade acadêmica para que preserve o respeito à diversidade e à liberdade (de cátedra, opinião e expressão), bem como a autonomia universitária. Esses são, afinal, princípios fundamentais ao cumprimento da missão institucional da UnB”, conclui a nota, assinada pela reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, e pelo vice-reitor, Enrique Huelva.

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