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“Agora, a sede é de justiça”, desabafa mãe de bebê sequestrado

Sara Maria da Silva diz que não perdoa Gesianna, a mulher que sequestrou seu bebê no Hran: “O que ela fez foi uma crueldade”

atualizado

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Sara Maria da Silva, bebê sequestrado
1 de 1 Sara Maria da Silva, bebê sequestrado - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O pequeno Jhony Júnior, de apenas 14 dias de vida, está em casa e confortável nos braços da mãe, em um barraco humilde na Estrutural. Mama sem parar e não se abala com a presença da imprensa ao seu redor. É bem calmo o menino que, na terça-feira (6/6), foi sequestrado da maternidade do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Sara Maria da Silva, 19 anos, a mãe, ainda tenta se recuperar do trauma de ter seu filho levado da maternidade pela estudante de enfermagem Gesianna Alencar, 25. Em entrevista na manhã desta quinta (8), ela mudou o tom de voz quando falou da mulher que sequestrou seu primeiro e único filho. “Não perdoo de forma alguma o que ela fez. Não sei como ela pode ter cometido uma crueldade tão grande com um bebê desse tamanho, que foi levado dentro de uma bolsa”, disse.

A jovem conta que chegou em Brasília há um ano. Veio do Piauí, para tentar uma vida melhor. Logo foi trabalhar como babá na casa de uma tia, na Estrutural. Depois, Sara conheceu Jhony dos Santos. Engravidou e o casal foi morar junto, na mesma cidade.

Eles vivem agora, com Jhony Júnior, em um barraco humilde do Setor Santa Luzia, na Estrutural. O espaço de compensado tem apenas 40 metros quadrados. O fogão é velho. A geladeira não funciona. Mas é nesse cantinho que a família pretende criar o menino. “Espero que ele seja jogador de futebol”, sonha a mãe.

Ela disse que espera que a sequestradora do seu bebê fique presa. “Agora, a sede é de justiça”, garantiu a jovem, que teve alta do Hran na noite de quarta-feira.

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Sara disse esperar que a sequestradora do seu bebê fique presa
O casal está desempregado
Mãe e filho receberam alta na noite de quarta (7)
A família tenta esquecer o trauma
Sara, com o filho nos braços
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O casal vive em um barraco humilde do Setor Santa Luzia, na Estrutural

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Sara disse esperar que a sequestradora do seu bebê fique presa

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O casal está desempregado

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Mãe e filho receberam alta na noite de quarta (7)

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A família tenta esquecer o trauma

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Sara, com o filho nos braços

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A sequestradora, Gesianna de Oliveira, é estudante de enfermagem

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Bebê sequestrado mora com os pais na Estrutural

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A mulher mentiu para a família fingindo estar grávida

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Ação rápida da polícia garantiu a segurança da criança

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Gesianna foi presa em flagrante, no Guará, onde mora. Ela estava com o bebê no colo

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Após o susto, a família do bebê está aliviada

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Gesianna enviou mensagem ao marido logo após sequestrar a criança, afirmando que tinha dado à luz

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Jhony, com o bebê

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Na delegacia, a acusada se manteve em silêncio

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Gesianna ficou pouco tempo no Presídio Feminino do Gama e aguardou o julgamento em liberdade

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Pela primeira vez o pai do bebê Jonhy dos Santos, 20, falou sobre o assunto. Segundo o jovem, o sentimento é de alívio. “Não consigo descrever o que eu senti quando disseram que o meu filho havia sido recuperado e, logo, voltaria para os nossos braços. Apesar de toda a nossa dificuldade, vamos lutar para dar um futuro melhor ao Juninho. Não quero que ele passe por tudo o que eu passei’, afirmou o pai da criança.

Audiência de custódia
Em audiência de custódia na manhã desta quinta (8), o juiz Aragonê Nunes Fernandes decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva, de Gesianna de Oliveira Alencar. A mulher vai voltar para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), ao lado do Parque da Cidade, e, nesta sexta (9), será levada, junto com outros presos, para a Penitenciária Feminina do DF, a Colmeia.

A decisão de mantê-la presa é do juiz do Núcleo de Audiência de Custódia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). “Embora a autuada seja tecnicamente primária, tenho que a gravidade concreta do caso espelha a sua periculosidade social”, disse o magistrado, ao justificar a manutenção da sua prisão.

O juiz diz ainda que a mulher, ao subtrair o bebê de dentro do Hran, valeu-se “de ardil no intuito de escapar da ação do Estado e de iludir seus próprios familiares”. Isso porque a mulher fingia estar grávida. Usava até barriga falsa. “Ademais, ela teria declarado identidade falsa, visando, novamente, furtar-se à ação das autoridades constituídas”, destaca Aragonê.

“Repito: a gravidade concreta do caso transcende a situação particular, na medida em que fragiliza a sociedade, em especial, os usuários do sistema público de saúde, e aqueles que se aproximam do momento do nascimento de seus filhos. Esse cenário recomenda, neste momento, a custódia cautelar, como forma de garantir a ordem pública e preservar a instrução criminal”, destaca.

Em outro trecho, o magistrado Aragonê Fernandes determinou que a mulher passe por avaliação psicológica e psiquiátrica. Na audiência de custódia, o Ministério Público defendeu que Gesianna aguardasse o julgamento em liberdade, mas com a imposição de medidas cautelares, como ser proibida de se aproximar da vítima, de seus familiares e do Hran, bem como comparecer mensalmente em juízo.

O pedido foi negado e a defesa vai entrar com recurso para que Gesianna seja solta provisoriamente pela Justiça. A partir de agora, o caso, que abalou Brasília esta semana, vai tramitar na 3ª Vara Criminal do Distrito Federal.

Segundo a advogada Leda Rincon, que defende a estudante de enfermagem, a acusada acredita que é a mãe verdadeira do bebê. “Quando a encontrei, ela estava muito abalada e repetia que era a mãe do bebê. Ela não tem noção do que fez e o que é errado”, ressaltou.

Gesianna foi presa na casa onde mora com a família na manhã de quarta (7), na QE 38 do Guará. Durante a audiência de custódia, a mulher foi mantida algemada. Gesianna foi enquadrada no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por subtração de incapaz, com dolo específico. Se condenada, pode pegar até seis anos de prisão.

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