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Panatenaico: PF queria Agnelo, Filippelli e Arruda presos novamente

PF e MPF investigam superfaturamento de aproximadamente R$ 208 milhões nas obras do BRT, pagamento de propina e lavagem de dinheiro

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1 de 1 policia-federal-brasao-840×559 - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A Polícia Federal pediu a prisão temporária dos ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), além do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), por conta de desvios de recursos, superfaturamento e pagamento de propina nas obras do BRT Sul.

Também tiveram pedidos de prisão temporária os ex-secretários do GDF Márcio Machado, José Walter Vazquez Filho e Afrânio Roberto de Souza Filho; Reinaldo Teixeira Vieira, Samuel Dias Junior e os empresários Jorge Luiz Salomão e Fernando Márcio Queiroz, este último dono da Via Engenharia. Todos foram alvos da segunda fase da Operação Panatenaico, deflagrada nesta sexta-feira (11/5).

O juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, entretanto, negou o pedido. Para ele, boa parte dos citados já havia sido presa na primeira fase da operação, em 2017, e teve liberdade garantida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Laudos realizados pela Polícia Federal teriam constatado o direcionamento e a fraude na licitação, enquanto auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF) e pela Controladoria-Geral do DF apontaram superfaturamento de aproximadamente R$ 208 milhões, cerca de 25% do custo total do empreendimento fraudado. A obra, orçada inicialmente em R$ 587,4 milhões, foi executada por R$ 704,7 milhões.

Nesta fase, não há mandados de prisão expedidos. O objetivo da Polícia Federal é apenas recolher documentos, computadores e materiais que possam auxiliar nas investigações.  Ao todo, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão. Além dos políticos, a AB Produções – Canto do Cerrado Filmes, também foi alvo de ordem judicial.

O BRT Sul ou Expresso DF foi inaugurado em junho de 2014, no âmbito das obras para a Copa do Mundo de 2014. Com 43km, sendo 35km em faixas exclusivas, a estrutura liga de maneira expressa as regiões administrativas Santa Maria e Gama ao Plano Piloto. Criado para reduzir o tempo de deslocamento entre as duas cidades e o centro de Brasília, o sistema transporta em média 220 mil passageiros por dia.

O edital de licitação para a escolha das empresas que ficariam responsáveis pela construção do corredor do BRT Sul foi divulgado quando José Roberto Arruda estava à frente do Palácio do Buriti, em 2008. As obras, contudo, começaram apenas em 2011, na gestão de Agnelo Queiroz e do vice Tadeu Filippelli. O empreendimento foi feito por um consórcio integrado pela Via Engenharia, OAS, Andrade Gutierrez e Setepla Tecnometal Engenharia.

A operação está baseada nas delações feitas por ex-executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez, OAS e Odebrecht. De acordo com eles, os três políticos receberam propina das construtoras. O dinheiro teria sido usado para financiar campanhas eleitorais.

O outro lado
Conforme afirmou o advogado Alexandre Queiroz, a defesa de Filippelli ainda não tem conhecimento do teor das delações. “Estamos requerendo uma cópia e iremos nos manifestar depois que tivermos acesso aos autos do processo”, disse o defensor do ex-vice-governador.

“Nenhuma obra investigada no âmbito da operação foi realizada no Governo Arruda. Ele se encontra à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos“, afirmou Luís Henrique Machado, advogado do ex-chefe do Executivo local.

Paulo Guimarães, defensor de Agnelo, informou que não se manifestaria. Segundo ressaltou a Via Engenharia, em nota, a “obra entregue em junho de 2014, e que teve a participação da empresa no consórcio, era de total responsabilidade da Andrade Gutierrez”. Ainda de acordo com o comunicado, todos os esclarecimentos a respeito da construção do BRT-Sul deverão ser prestados às autoridades.

Metrópoles não conseguiu contato com os demais citados.

 

 

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