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Afetada pela pandemia, educação no DF retornou aos patamares de 2019

Resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Distrito Federal revelam impactos mais profundos da pandemia de Covid

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Imagem colorida mostra sala de aula vazia em escola, com carteiras com mesas brancas e cadeiras azuis ideb - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra sala de aula vazia em escola, com carteiras com mesas brancas e cadeiras azuis ideb - Metrópoles - Foto: Reprodução

Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Distrito Federal, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira (14/8), revelam os impactos mais profundos da pandemia de Covid-19 dentro das salas de aula no ano passado. Os valores mostram que a qualidade da educação recente retornou aos patamares de 2019 e, por algumas vezes, remetem a um estágio semelhante ao de 2017.

O indicador foi criado em 2007, com metas a serem atingidas por cada unidade da Federação e os seus respectivos resultados. O primeiro ciclo do Ideb se encerrou em 2021, mas o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) instituiu grupo técnico e decidiu atualizar os índices e, posteriormente, incluir novas metas.

O cenário do DF mostra que, de forma geral, os valores de 2023 tiveram queda em comparação com os números alcançados em 2021, com exceção do ensino infantil que teve patamares iguais. Sendo assim, as metas previstas para a qualidade da educação anteriormente ficaram ainda mais longe do que o alcançado no ano passado.

Em 2023, o Distrito Federal alcançou 6,4 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º), resultado que ficou 0,4 ponto abaixo da meta estabelecida para o primeiro ciclo do Ideb (2007-2021). Nos anos finais (6º ao 9º) do ensino fundamental, o Distrito Federal alcançou 5,0 pontos e o ensino médio registrou 4,2 pontos, ficando abaixo, respectivamente, por 0,8 e 1,2 das metas que deveriam ser alcançadas até 2021.

Veja os indicadores do Ideb no DF:

O Ideb é uma medida composta por resultados referentes à aprovação dos estudantes (fluxo escolar) e às médias de desempenho nas avaliações. É calculado a partir dos dados do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Varia de 0 a 10, de modo que quanto melhor o desempenho dos alunos e mais alto o número de aprovados, maior é o Ideb.

Pandemia de Covid-19

De acordo com nota técnica sobre o Ideb de 2023, os impactos da disseminação de Covid-19 refletidos principalmente pelo longo período de suspensão das atividades presenciais de ensino nas escolas, seguirão visíveis entre estudantes que vivenciaram o período mais agudo da pandemia.

“Assim, se a edição de 2021 permitiu uma primeira avaliação do impacto da pandemia na educação, a edição de 2023 é particularmente importante por se tratar da segunda avaliação de estudantes que vivenciaram, em algum momento de sua trajetória escolar, impactos da pandemia de Covid-19”, aponta o documento.

Um apontamento do Ministério da Educação é sobre a metodologia que compreende medidas do aprendizado e da trajetória regular dos alunos entre as etapas de ensino. O cálculo do indicador de 2021 seguiu a mesma metodologia proposta em 2007, utilizada de forma inalterada ao longo dos anos, com o objetivo de manter a comparabilidade do indicador.

Para o órgão, entretanto, a pandemia gerou a necessidade de novas interpretações, já que teve grande impacto nas atividades escolares: “Um exemplo é o crescimento abrupto das taxas de aprovação da rede pública entre 2020 e 2021, quando comparadas ao período pré-pandemia (2019), provavelmente relacionado a ajustes nos critérios de aprovação e a adoção da continuidade curricular. Embora essa elevação promova um incremento no Ideb, a própria formulação do indicador já considera que esse aumento, não associado a uma elevação da proficiência média nas avaliações, pode não assegurar uma efetiva melhora no desempenho do sistema educacional”.

Resultados e aprovação no DF

Quando a questão é a taxa de aprovação, é possível enxergar as disparidades entres os resultados apresentados na rede privada e na rede pública distrital. No último ano do ensino médio, por exemplo, cerca de 98,1% dos alunos das escolas particulares passam de ano. Nos colégios públicos, o índice é de 88,2%.

Essas diferenças se aplicam a todos os estágios da última fase da educação básica e inclui também, no caso do DF, o 9º ano do ensino fundamental, quando 97,6% e 88,8% dos estudantes da rede privada e da rede pública, respectivamente, são aprovados.

Nos estágios anteriores, essas disparidades ficam menores. Entretanto, considerando os resultados de 2023, os centros de ensino particulares apresentam taxas de aprovação superiores às dos colégios públicos em todos os anos escolares. No 5º ano do ensino infantil, 93,3% dos estudantes da rede pública, considerando os de administração distrital e federal, passam para o nível seguinte. Os alunos da rede particular passam em 99,7% dos casos na mesma situação.

Sobre as médias de desempenho em língua portuguesa e matemática dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), vale destacar que, em termos gerais, alunos do ensino médio do DF pontuaram 282,05 em português e 280,82 em matemática. As notas atuais voltam aos patamares de 2015.

Níveis nacionais

Responsável por mensurar a qualidade da educação no Brasil, o índice aponta uma discreta melhora. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Ideb nacional foi de 6 – o que representa um aumento em relação a 5,8 (em 2021) e 5,9 (em 2019).

Os resultados do 5º ano do ensino fundamental se aproximam daqueles de 2019, pré-pandemia, e apresentam potencial de crescimento. No entanto, os resultados no 9º ano apresentam uma tendência de estabilidade entre os anos de 2019 e 2023.

Em relação aos níveis nacionais, veja abaixo algumas conclusões do Ideb:

  • Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Ideb nacional foi de 6 – um aumento em relação a 5,8 (em 2021) e 5,9 (em 2019). A meta para esta etapa do ensino em 2021 era justamente 6;
  • Nos anos finais do ensino fundamental, a pontuação foi 5, ante 5,1 no levantamento de 2021, e 4,9 em 2019. A meta para esta etapa do ensino em 2021 era 5,5;
  • No ensino médio, o Ideb ficou em 4,3 – aumento de 0,1 quando comparado a 2021 e 2019 (4,2). A meta para esta etapa do ensino em 2021 era 5,2.
  • No 5º ano, em matemática, os resultados foram de 228 pontos em 2019, 217 em 2021 e 224,8 em 2023. Em língua portuguesa, os resultados foram de 215 pontos, em 2019; 208, em 2021; e 213,9, em 2023;
  • No 9º ano, em matemática, os resultados foram 263 pontos em 2019, 256 em 2021 e 257,1 em 2023. Em língua portuguesa, os resultados foram 260 pontos em 2019, 258 em 2021 e 258,8 em 2023;
  • No 3º ano do ensino médio, em matemática, os resultados foram 277 pontos em 2019, 270 em 2021 e 271,9 em 2023. Em língua portuguesa, os resultados foram 278 pontos em 2019, 275 em 2021 e 275,7 em 2023

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