Aeroporto de Brasília em alerta máximo contra o coronavírus
Suspeitas com passageiro e funcionário de lanchonete no local fizeram com que medidas fossem tomadas pela administração e frequentadores
atualizado
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Aeroportos são alvos, em todo o mundo, de preocupação devido à pandemia do novo coronavírus. No Aeroporto de Brasília, a situação não é diferente. Ainda mais depois que, nessa quinta-feira (12/o3), um jovem de 19 anos que trabalha em uma lanchonete do local foi encaminhado a um hospital por suspeita de ter contraído o Covid-19.
O rapaz mora em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF, e fez os testes para ver se contraiu o coronavírus. Apesar da situação, a maioria dos funcionários do comércio afirmou desconhecer o caso — o paciente atua na parte interna do aeroporto.
Lá, a todo momento, orientações são passadas por meio do sistema de áudio. Nas mensagem, é aconselhado que as pessoas lavem bem as mãos e evitem aglomerações, além de fazer uso de álcool em gel.
Em nota enviada nessa quinta-feira (12/03) à reportagem, a Inframérica, responsável pela administração do aeroporto, afirmou que a equipe de limpeza reforçou a higienização no desembarque internacional. Também deixou claro que vem tomando medidas de precaução contra o coronavírus.
“Todos os funcionários que trabalham na área internacional utilizam máscaras e luvas, conforme recomendado pela Agência de Vigilância Sanitária. Além disso, a concessionária está disponibilizando álcool gel em todas as áreas administrativas e de grande circulação de pessoas, como balcão de informações e raio-x. Telas informativas em todos os portões de embarque explicam sobre a doença e orientam como se prevenir”, diz a nota.
Mais medidas devem ser tomadas ainda nesta sexta-feira (13/03). Um novo comunicado sobre a situação está sendo esperado para o início da tarde.
Apreensão
Por enquanto, comerciantes e passageiros afirmaram que a sensação é de medo e apreensão. Muitos utilizam máscaras e fazem uso do álcool em gel. Orneli Silva, 26, é atendente da Rei do Pão de Queijo, que, até o momento, é a única loja no local que recomenda o uso de máscaras aos funcionários. A mulher explicou que a determinação é do gerente. E eles devem utilizar o álcool em gel constantemente para evitar contrair a doença.
“Tenho medo. Por enquanto, estamos usando máscaras e álcool. É uma situação que me deixa apreensiva porque o aeroporto é uma área de risco. Muitas pessoas vêm do mundo todo e não sabemos o que elas têm”, diz Orneli.
Segundo a atendente, ainda não aconteceu, mas garante que, se vir algum cliente com sintomas, vai se afastar. “Trabalho aqui há dois anos, e essa é a situação mais crítica que já vi”, finalizou. E basta andar um pouco pelo aeroporto para ver que o alerta é geral.
Tamires Mariana, 30, viaja nesta sexta-feira (13/03) para o norte da Itália, o país europeu mais afetado pela pandemia. Ela diz não ter medo da doença, mas vai se precaver.
“Já estava com essa viagem marcada há algum tempo. A situação é um pouco preocupante por conta da propagação da doença ser muito rápida, mas não estou com medo. A letalidade é maior apenas em pessoas de mais idade. Estou usando máscara e álcool para evitar qualquer coisa”, enumera. Tamires acredita que, no Brasil, a situação ainda é tranquila. “Mas, de fato, na Europa o nível de alerta é maior”.
“Vai se agravar”
Assuaro Silva, 55, é médico, e veio do Rio de Janeiro a trabalho. Ele acredita que a situação vai se agravar. “A coisa no Rio de Janeiro estava feia. Pelo perfil da doença, ela vai se agravar, tenho certeza. Estou com muito medo dessa doença. Se surgir qualquer medicação ou vacina, eu vou tomar. Mas, por enquanto, não há muito o que ser feito”, contou o médico.
Além do caso do funcionário da lanchonete, o Aeroporto de Brasília teve outro caso com relação ao coronavírus nessa quinta-feira (12/03). Por volta das 7h50, um voo vindo de Orlando, nos Estados Unidos, veio com um passageiro que indicava sintomas suspeitos da Covid-19.
Ele não informou às autoridades ou à companhia aérea sobre o estado de saúde. Entretanto, funcionários do terminal o identificaram com sintomas da doença. O passageiro foi levado para o Posto Médico do aeroporto, onde foi constatada a suspeita. Depois, agentes da Anvisa o entrevistaram e ele seguiu com atendimento dos bombeiros militares. Em seguida, foi encaminhado para o Hran.