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Advogados surgem “do nada” para defender bolsonaristas em CPI do DF

Um dos depoentes não soube sequer dizer quem era o advogado que estava defendendo ele. Outra advogada surgiu no meio do depoimento

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1 de 1 Foto-alan-diego-prestando-depoimento-na-cldf (1) - Foto: Breno Esaki/Metrópoles @BrenoEsakiFoto

A movimentação de advogados para defender depoentes na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) chamou atenção nesta quinta-feira (29/6). A sessão ouviu dois condenados pela tentativa de atentado a bomba em Brasília, em dezembro de 2022. Defensores públicos estavam escalados para garantir a defesa de ambos, mas advogados surgiram “do nada”, como citaram deputados, e fizeram esse papel.

O fato gerou desconfiança dos distritais logo no começo da sessão, às 9h. Alan Diego dos Santos não soube sequer responder o sobrenome de quem o defendia. Questionado se tinha advogado, o depoente só apontou para o homem ao lado. Perguntado o nome dele, Alan respondeu: “Só sei que é Ruan”.

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Entre várias perguntas não respondidas, ele afirmou, brevemente, que estava sendo ameaçado
O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), questionou se as ameaças vinham da extrema-direita da política. Alan foi categórico: “Sim”
Alan admitiu que colocou o “artefato” no caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília.
Alan Diego dos Santos, condenado por tentativa de atentado a bomba próximo ao Aeroporto de Brasília, presta depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF
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Alan Diego em CPI

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Entre várias perguntas não respondidas, ele afirmou, brevemente, que estava sendo ameaçado

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O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), questionou se as ameaças vinham da extrema-direita da política. Alan foi categórico: “Sim”

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Alan admitiu que colocou o “artefato” no caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília.

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Alan Diego dos Santos, condenado por tentativa de atentado a bomba próximo ao Aeroporto de Brasília, presta depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF

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Uma outra profissional do direito também chegou para representar o bolsonarista condenado. Ele deu duas respostas distintas sobre o questionamento de quem estaria financiando aquele serviço. Primeiro, disse que não sabia. Depois, disse que foi uma doação dos próprios advogados, que teriam conhecido Alan na prisão, em visita aos presos por atos relacionados ao 8 de Janeiro.

Presidente da CPI, Chico Vigilante (PT) teve uma série de rusgas com os defensores. “Apareceram dois advogados? Ele não tinha nenhum”. Alan debochou: “São quatro”. O primeiro defensor interrompeu o depoimento do cliente por várias vezes, com toques no braço e cutucadas indiscretas. Isso aconteceu inclusive em situações em que o bolsonarista preso queria falar.

 

Já pela tarde, a CPI tentou colher o depoimento de George Washington de Oliveira Sousa. Segundo Alan, foi George quem lhe deu a bomba para ser detonada. O acusado escolheu ficar calado durante a maior parte da oitiva, mas novos advogados se preocuparam com a defesa do homem e surgiram novamente.

Após 1h40 de depoimento, uma advogada chegou e se apresentou como representante de George. O deputado Max Maciel (PSol), que teve que interromper as perguntas que fazia, comentou: “Hoje apareceram coisas engraçadas nessa CPI. Quem não tinha advogado teve quatro, cinco”.

O Metrópoles apurou que os profissionais fazem parte de um grupo de “advogados conservadores”. Há certo temor que o depoimento de pessoas já condenadas por atos antidemocráticos possam alcançar mais personagens bolsonaristas.

George e Alan planejaram a explosão na véspera do Natal do ano passado. A bomba estava acoplada a um caminhão-tanque e só não foi acionada por um erro técnico. Em maio, Alan foi condenado a 5 anos e 4 meses, em regime inicial fechado. Já George terá que cumprir 9 anos e 4 meses de reclusão, também em regime fechado.

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