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Vídeo. Advogados a colega que teria feito gesto nazista: “Racista de m*rda”

Presidente da subseção de Brazlândia da OAB-DF é investigado pela entidade por fazer saudação nazista durante partida de futebol

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Advogados em partida de futebol
1 de 1 Advogados em partida de futebol - Foto: Reprodução

O advogado Françoar Dutra, que teria feito saudação nazista para um árbitro austríaco durante torneio de futebol no Distrito Federal, no sábado (22/10), aparece em um vídeo após ter dado a declaração que gerou críticas dos presentes à partida.

Advogado faz gesto nazista para árbitro austríaco em torneio da OAB-DF

Quem assistia ao jogo filmou o momento em que a briga começou, depois de Françoar xingar, ridicularizar, fazer gesto associado a adeptos do movimento de extrema direita e dizer “Heil [salve], Hitler” para o juiz da partida. A saudação gerou revolta entre os espectadores e deixou o árbitro aos prantos.

Em seguida, advogados que participavam do torneio chamaram Françoar de “racista de merda” e o expulsaram do campo de futebol. Durante a confusão, ele se defende e pergunta aos colegas, em tom debochado: “Também vão chorar?”.

Assista ao vídeo:

Françoar é presidente da subseção de Brazlândia da Ordem dos Advogados do Brasil  no Distrito Federal (OAB-DF) e, após o caso, se tornou alvo de investigação da entidade.

A partida ocorria entre advogados de Taguatina e Brazlândia. Participantes contaram que pairava um clima ríspido entre adversários antes de Françoar, que estava no banco de reserva, começar a brigar com o juiz auxiliar.

O juiz austríaco tem 49 anos e pediu para não ter o nome divulgado. O árbitro apitou partidas profissionalmente no país de origem por mais de 20 anos e, agora, atua em torneios do DF. “Nunca passei por isso antes. Na Áustria, isso seria crime. A pessoa que faz esse gesto é presa imediatamente”, ressalta.

No Brasil, a legislação prevê prisão para quem “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” e também para quem “veicular símbolos, emblemas ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

“Nasci em um país em que temos de viver com essa história. Então, é muito pesado. Se alguém faz algo assim, tem um peso para mim que não tem para brasileiros”, lamentou o árbitro.

Críticas e defesa

Em nota, a OAB-DF informou que vai apurar os fatos e ressaltou “que não coaduna com quaisquer atitudes discriminatórias”.

Em nota, o advogado negou que tenha feito a saudação nazista. Ele afirmou que, durante a partida de futebol, classificou a postura do juiz como “ditatorial”. No entanto, disse que a declaração teve caráter “coloquial” e “sentido figurado”.

Françoar acrescentou que não conhecia o árbitro do jogo, não sabia da origem dele e que a discussão teria ocorrido porque um jogador do time do advogado havia sido agredido de forma injusta. ‘[Eu] me senti repreendido de forma excessiva pelo árbitro da súmula, momento em que lhe disse que estava se portando de forma ‘ditatorial'”, escreveu.

“Sou filho de nordestina e goiano e sou contra qualquer tipo de atitude racista ou xenófoba. O que ocorreu foi que me expressei de maneira exagerada no calor do jogo. Esclareço ainda que, ao fim do jogo, me retratei com o árbitro por qualquer inconveniente, momento em que o mesmo aceitou minhas desculpas e ali ficou o acontecido. Renovo aqui meu pedido de desculpas ao árbitro e me solidarizo com sua história de vida. Mantendo minha postura de transparência, coloco-me à disposição de todos para esclarecer qualquer dúvida”, concluiu Françoar.

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