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Advogado que chamou jovem de “preta” continua preso por Maria da Penha

Pelo crime de injúria, poderá responder em liberdade. No entanto, permanece preso por descumprir medidas protetivas concedidas à ex

atualizado

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EVERARDO BRAGA LOPES
1 de 1 EVERARDO BRAGA LOPES - Foto: Reprodução

A Justiça do Distrito Federal converteu para preventiva a prisão do advogado Everardo Braga Lopes, 60 anos. Na última quarta-feira (15/12) ele chamou uma jovem de 25 anos de “preta” e “fedorenta” em um supermercado no Itapoã, mas a manutenção do cárcere ocorreu por uma denúncia de descumprimento de medida protetiva – concedida à ex-mulher dele.

O homem já tinha sido investigado pela 16ª DP de Planaltina-DF após a ex-companheira registrar diversas ocorrências dizendo que a importunação, as injúrias e as ameaças continuavam mesmo após deferimento de medidas protetivas de urgência.

No último BO registrado, a vítima afirmou que o suspeito teria, em 9 de dezembro, voltado a enviar mensagens ofensivas e ameaçadoras, além de passar diversas vezes de carro pela rua em que ela mora.

Esta reportagem foi atualizada às 19h30 e corrige a informação anterior de que o advogado teria sido solto. A prisão dele, convertida de flagrante para preventiva, ocorreu devido à Lei Maria da Penha.

Já a prisão em flagrante pela injúria racial, praticada na última quarta, não foi convertida em preventiva. Por esse crime, ele poderá responder em liberdade. 

Vídeo mostra momento que advogado chama jovem de “preta” e “fedorenta”

Imagens do circuito interno de câmeras de segurança do mercado registraram o momento em que o advogado dispara palavras de injúria contra a jovem. A vítima alegou ter sido humilhada após pedir para que o autor usasse máscara. Revoltado, ele xingou a mulher de “nojenta”, “preta” e “fedorenta”.

Veja o momento das ofensas:

A vítima relatou que trabalha como fiscal de caixa em um atacadista. Por volta das 16h, o advogado entrou no supermercado sem máscara de proteção facial, razão pela qual foi orientado por funcionários do estabelecimento a colocá-la.

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Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) explica sobre o racismo estrutural
O racismo é dividido em várias categorias
Campanha Juntos Contra o Racismo
Iniciativa é do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
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Iniciativa explica quais são os tipos de racismo existentes

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Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) explica sobre o racismo estrutural

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A jovem lembra que, nesse primeiro momento, houve alteração por parte do autor, que passou a questionar preços de produtos da loja. Ao tentar adquirir uma mercadoria, Everardo Lopes passou a ofender a funcionária. Segundo a vítima, ele começou a “passar as mãos nos braços, dando a entender que ela seria pessoa de cor”. Outra funcionária também foi alvo dos ataques. Testemunhas relataram à polícia que ele chegou a se apresentar como juiz.

Vídeo. Advogado preso por injúria humilha funcionário da OAB: “Pobre”

Durante a discussão, os funcionários alegaram que o advogado chegou a puxar a máscara da jovem, que estava no caixa, e disse: “Você tem focinho feio”, “Seu bafo está fedendo” e “Tem dente podre”. Ele também passava os dedos no braço, mostrando que “a cor dele era superior”.

O advogado, entretanto, afirma que não ofendeu a honra da funcionária e negou todas as acusações. Também não assumiu que tenha se apresentado como juiz, explicou que “apenas brincou sobre isso”. Ele disse que chegou a chamar uma jovem de “vagabunda” e defendeu que falar que “uma pessoa é preta não é racismo”.

Aos policiais, ele também disse que chamou a vítima de “Fiona” e que ela tinha “boca preta”. Everardo Lopes ficou detido na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).

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