Advogado e professor da UnB morre, aos 66 anos, vítima da Covid-19
Jorge Amaury Maia Nunes estava internado havia 47 dias em uma Unidade de Terapia de Intensiva (UTI)
atualizado
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Advogado e professor de direito da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Amaury Maia Nunes, 66 anos, morreu em decorrência da Covid-19, nesta sexta-feira (2/7). O docente estava internado havia 47 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e já havia recebido as duas doses da vacina contra o coronavírus.
Amaury estava há 44 dias intubado, fez traqueostomia e passou pelo procedimento conhecido como Ecmo (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), mas seus estado era considerado gravíssimo. O advogado também passou por uma diálise eletiva com o objetivo de diminuir o volume de líquido nos pulmões.
Em 23 de junho, Jorge foi submetido a um procedimento cirúrgico para drenagem de uma grande quantidade de secreção que se acumulou na face em razão de uma sinusite aguda, segundo familiares que atualizavam o quadro de saúde do advogado pelas redes sociais. “Essa parte é especialmente penosa para nós, fomos informados de que o papai ainda deve passar bastante tempo na ECMO, muito mais do que o esperado”, informou, à época, a filha do professor, Tatiana Valls.
Muitos amigos, ex-alunos, colegas de trabalho, autoridades e admiradores de Amaury prestaram homenagens ao advogado nesta sexta. “De mim, só restam agradecimentos pelo acolhimento, ensinamentos e pelas inúmeras conversas e risadas sobre Direito, francês, latim e língua portuguesa [nosso bisturi]. Fui seu último orientando, dos incontáveis que teve. Digo que o senhor fundou Escola e seguirá gravado nas aulas e na história da UnB”, escreveu Guilherme Mazarello, ex-aluno do docente.
“Dentre as mentes brilhantes e dedicadas com que já tive a oportunidade de conviver, o professor Jorge Amaury Nunes figura sem dúvidas em um lugar de destaque único como uma das maiores referências que tenho como professor, como advogado, como amigo e, principalmente, como ser humano. Poucas pessoas que conheci têm o rigor à disciplina e o respeito ao compromisso com o próximo que o querido professor. Tanto nas questões profissionais, quanto nas questões humanas”, escreveu o ex-aluno e advogado, Marcello Lavenere.
O secretário de Economia André Clemente também lamentou a morte de Nunes. “Era um dos mais respeitados juristas do país. Discreto, competente, daquelas pessoas fáceis de lidar. Um prazer ter convivido e aprendido com ele”, afirmou.
Amaury foi o primeiro colocado no concurso para professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Depois de aposentado, retornou ao campus como professor voluntário. Ele deixa a mulher, Ana Laura Nunes, e três filhos.
O Instituto de Garantias Penais (IGP) também se manifestou sobre a morte de Jorge Amaury por meio de nota. Confira na íntegra:
“É com imenso pesar que o Instituto de Garantias Penais (IGP) recebe a notícia do falecimento do jurista e advogado Jorge Amaury Maia Nunes. O jurista, sempre preocupado com a formação de seus alunos, deixará uma legião de admiradores não só em razão de seu inigualável conhecimento do processo civil, mas também por conta do seu caráter humano e de rara sensibilidade. A sua incansável busca pelo conhecimento ecoou na formação das mais diversas gerações de discentes da Universidade de Brasília, especialmente daqueles que tiveram a oportunidade de o conhecer. O seu legado não será esquecido. O IGP, por meio dos seus diretores, manifesta a total solidariedade à família, aos amigos e alunos, sendo certo que a sua precoce partida não apagará a sua incomparável trajetória profissional e acadêmica“.
