Advogado é condenado a pagar R$ 168 mil à servidora atropelada por ele
Paulo Ricardo Moraes Milhomem foi condenado a indenizar Tatiana Matsunaga em R$ 168 mil por danos estéticos, morais e materiais
atualizado
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O advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, condenado por atropelar a servidora Tatiana Thelecildes Fernandes Machado Matsunaga após uma briga de trânsito, em 2021, foi condenado a indenizar a servidora em mais de R$ 168,4 mil. A decisão da 4ª Vara Cível de Brasília acatou o pedido da defesa da vítima e determinou que o réu a indenize por danos estéticos, morais e materiais.
No processo, Tatiana relatou que, após o ocorrido, ficou quase três meses internada, com extensa falha craniana, e precisou passar por uma cranioplastia para recompor a estrutura da área. Ela relatou, ainda, que “o aspecto físico jamais foi recobrado” e que “perdeu parte do campo visual em razão da lesão neurológica causada pelo traumatismo”.
A vítima acrescentou que passa por acompanhamento psicológico, psiquiátrico, ortopédico e oftalmológico, com uso de medicamentos de forma contínua, desde que saiu do hospital.
Para o juiz Giordano Costa, que analisou o processo, Paulo deverá arcar com os valores gastos por Tatiana em procedimentos hospitalares, exames, fisioterapia, medicamentos, consultas, acompanhamento psicológico e coparticipação com o plano de saúde – valores referentes aos danos materiais.
Em relação à parte física, o magistrado afirmou não haver dúvidas de que Tatiana ficou lesionada após o crime. “O dano estético restou cabalmente demonstrado, porque basta uma análise das fotos acostadas aos autos para verificar que a autora apresenta inúmeras sequelas, com deformidade na aparência física, especialmente no crânio, causando desconforto”, afirmou o juiz.
Paulo acabou condenado a pagar R$ 68.489,76 por danos materiais, R$ 50 mil pelos morais e mais R$ 50 mil pelos estéticos. Procurada pela reportagem, a defesa de Paulo informou que recorreu da decisão.
Por meio de nota, o advogado do acusado reafirmou que “houve a participação concorrente” da vítima “no resultado do acidente, no momento em que ela se projetou em frente ao carro em movimento” e que o acusado “lamenta profundamente todas as consequências sofridas para ambas as famílias, novamente se solidariza com Tatiana e acredita no equilíbrio da Justiça”.
Relembre o caso
O Tribunal do Júri de Brasília havia condenado Paulo a 11 anos de prisão por tentativa de homicídio qualificado, em regime inicialmente fechado. O julgamento ocorreu em 26 de julho de 2023.
O advogado atropelou Tatiana após uma briga de trânsito, na frente do marido e do filho dela, na rua onde mora a vítima.
Veja imagens do crime:
A servidora teve múltiplas lesões no quadril e no tornozelo, além de traumatismo craniano, o que a levou à UTI. Ela precisou de mais de um ano para recuperar parte da capacidade física, motora e mental, mas ainda depende de medicamentos e de fisioterapia.
O atropelamento ocorreu em 25 de agosto de 2021 e Paulo foi preso em seguida. Atualmente, ele cumpre regime pena em semiaberto.