Advogada, PMs e corretor tentaram aplicar golpe de R$ 330 milhões
Esquema foi descoberto por agentes da Divisão de Repressão a Sequestros. Quadrilha tentava depositar dinheiro no Banco do Brasil
atualizado
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Organizada e ambiciosa, uma quadrilha de estelionatários tentou aplicar um golpe financeiro de mais de R$ 300 milhões. O esquema foi descoberto por investigadores da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) no decorrer dos últimos quatro dias. Ao todo, nove pessoas foram presas, entre elas um sargento da ativa da Polícia Militar, um ex-PM, expulso da corporação, uma advogada e um corretor de imóveis. Dois cheques foram apreendidos, um de R$ 50 milhões e outro de R$ 280 milhões.
As investigações tiveram início quando a DRS apurava um suposto crime de sequestro, tendo como vítima Humberto Teixeira Galvão Júnior. Ele teria sido levado por criminosos na noite de sábado (23/12). No dia seguinte, durante as apurações, os policiais tiveram informações de que parte dos membros da organização criminosa teriam tentado depositar um cheque de R$ 50 milhões em uma agência do Banco do Brasil, no Setor Comercial Norte.
Mais prisões
De acordo com o diretor-adjunto da DRS, delegado Paulo Renato Fayão, o caso, que começou como sequestro e terminou com a descoberta de novo golpe, ainda permanece sob investigação. “Trata-se de uma nova forma de fraude, em que usam um cheque administrativo falso para tentar depositar grandes quantias em contas que estão no nome deles”, disse. A possibilidade de envolvimento de funcionários do Banco do Brasil também é investigada.
Na quinta-feira (28), os agentes receberam novas informações sobre a ação de integrantes do mesmo bando. Na oportunidade, cinco suspeitos tentavam depositar um novo cheque administrativo no valor de R$ 280 milhões, em outra agência do Banco do Brasil, na 504 Norte. Na segunda batida policial, os investigadores prenderam a advogada Giselda Mara de Oliveira, 45 anos; o corretor de imóveis Alexandre Victor Borges, 29; Marcelo André Dias, 36; e o cidadão português José Ricardo Martins, 33.
Os primeiros cinco foram atuados pelo crime de estelionato e acabaram liberados depois da audiência de custódia ocorrida na quarta-feira (27). Os presos na última ação ainda deverão ser ouvidos por um juiz nos próximos dias.
Sobre a ação dos criminosos nas duas agências bancárias, o Banco do Brasil informou que a tentativa de golpe não foi consumada e se colocou à disposição para colaborar com as investigações. “O assunto está sob apuração das autoridades competentes, a quem caberá a divulgação de qualquer informação adicional”, completou o banco por meio de nota.