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Adriana Villela sobre júri: “Oportunidade de esclarecer quem sou”

Duas horas antes de se sentar no banco dos réus, ela postou no Facebook a mensagem e também um depoimento do irmão, que sai em sua defesa

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1 de 1 adriana-villela-4 - Foto: Reprodução

Acusada de ser a mandante do triplo homicídio, que ficou conhecido como o crime da 113 Sul, a arquiteta Adriana Villela se senta no banco dos réus nesta segunda-feira (23/09/2019), a partir das 9h, no Plenário do Tribunal do Júri de Brasília. Antes das 7h, ela usou as redes sociais e falou sobre o julgamento. “Começa daqui a pouco. Nossa oportunidade de esclarecer quem sou eu e minha família: uma família amada”, disse.

Em julgamento histórico, previsto para durar cinco dias, os sete formadores do Conselho de Sentença, junto ao juiz presidente do Tribunal do Júri, decidirão se Adriana é ou não a mandante do assassinato dos pais: o ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela. A funcionária da casa, Francisca Nascimento Silva, também foi executada. Eles foram mortos a facadas — 73 no total —, em 28 de agosto de 2009.

Na mesma página no Facebook, Adriana Villela postou um vídeo com o depoimento do seu irmão, Augusto. Ele diz: “A minha irmã tem um comportamento difícil, mas não chega a ser violenta, agressiva. Convivo muito com ela. Nunca a vi agredir ninguém. Tá correndo risco de ser condenada por um crime que ela não cometeu”, destacou.

Guerra de versões

Na semana que precedeu a sessão, a defesa de Adriana Villela tentou suspendê-la, por entender que o Laudo nº 15.000, que coloca a arquiteta na cena do crime, não teria valor. Na visão dos defensores, papiloscopistas não têm competência para assinar um exame de tal envergadura.

Baseado nisso, os criminalistas Antônio de Almeida Castro, o Kakay, e Marcelo Turbay pediram que o julgamento ocorresse somente após realização de novo laudo papiloscópico.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso acatou o pedido parcialmente e determinou ao juiz que, no momento da sessão, esclarecesse ao júri sobre o questionamento do laudo.

A defesa recorreu e pediu novamente a suspensão. Na última quarta-feira (18/09/2019), o ministro Gilmar Mendes foi sorteado para relatar o caso e na noite dessa sexta-feira (20/09/2019) rejeitou os HCs dos advogados e manteve o julgamento para esta segunda-feira (23/09/2019).

O MPDFT discorda de Kakay e Turbay e defende a validade do laudo. Para o promotor Maurício Miranda, que atuará no Júri ao lado do colega Marcelo Leite, o trabalho feito pelos papiloscopistas é de alta qualidade. “São pesquisadores, doutores, verdadeiros cientistas. As informações que eles coletaram foram publicadas em revistas internacionais de ciência forense”, ressaltou o também primeiro promotor a atuar no caso.

Miranda detalhou o trabalho técnico executado pelos especialistas. “Diversos casos foram resolvidos com base na datação das digitais. Neste caso, o que permitiu chegar àquelas conclusões é que cientistas viram as diferenças morfométricas, usando a digital da própria Adriana, no mesmo ambiente”, afirmou.

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Jurados

Todas as alegações apresentadas serão ouvidas pelos sete jurados escolhidos. Após o sorteio, eles começam a escutar os argumentos e fazer as análises. O grupo ficará incomunicável até o término da sessão, não podendo falar com outras pessoas nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do conselho.

Ou seja, como a análise do caso de Adriana Villela está prevista para se estender por mais de um dia, eles não poderão retornar às suas casas. Vão pernoitar nas dependências do tribunal, sob acompanhamento constante.

Quando o conselho de sentença se forma, os jurados recebem cópia das principais peças do processo e passam a acompanhar toda a sessão. No fim, eles vão responder às perguntas que o juiz presidente fizer. Serão questionados se o delito realmente ocorreu (materialidade), se a acusada cometeu o delito do qual está sendo acusada (autoria), e se ela deve ser absolvida. Também definirão questões relativas a causas de diminuição de pena, atenuantes e possíveis aumentos de qualificadoras.

Diante das respostas, o juiz anunciará o resultado pela absolvição ou condenação de Adriana Villela e, posteriormente, fará a dosimetria da pena, ou seja, calculará a quantos anos a ré será condenada.

Veja a dinâmica do crime da 113 Sul:

Yanka Romão/Metrópoles

 

Meditação, cachoeiras e trabalhos artesanais: a vida de Adriana Villela 10 anos após o crime da 113 Sul

Apontada como mandante do crime, Adriana Villela aguarda julgamento em liberdade. A arquiteta recebia uma mesada de R$ 8 mil, mas considerava pouco, o que motivava discussões acaloradas com os pais.

Adriana é suspeita de ter contratado Leonardo para matar os pais por R$ 60 mil. Ele, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco para executar o crime.

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Nas redes sociais, costuma publicar fotos meditando em montes, pintando quadros, curtindo em cachoeiras
Em Brasília, ela conta com a defesa de um dos criminalistas mais prestigiados do país, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay
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Um ano depois do crime, Adriana Villela se mudou para o Leblon, no Rio de Janeiro

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Nas redes sociais, costuma publicar fotos meditando em montes, pintando quadros, curtindo em cachoeiras

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Em Brasília, ela conta com a defesa de um dos criminalistas mais prestigiados do país, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

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Há quase nove anos ela mora no Leblon, no Rio de Janeiro, em um apartamento dos pais. A herança deixada pelos Villela, estimada em mais de R$ 40 milhões, foi dividida entre ela e o irmão, Augusto Villela.

Enquanto não é levada a júri popular, Adriana se define como alternativa. Nas redes sociais, costuma publicar fotos meditando em montes, pintando quadros, curtindo em cachoeiras ou produzindo utensílios com materiais recicláveis. No Facebook, apresenta-se como proprietária de uma marca chamada Atelier de Arquitetura e Reciclagem Verde Garrafa.

Apesar de passar pouco tempo em Brasília, optou por não vender uma mansão no Lago Sul que fica praticamente o ano todo fechada. Em Brasília, ela conta com a defesa de um dos criminalistas mais prestigiados do país, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Embora não conceda entrevistas, contratou uma empresa de assessoria de imprensa.

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