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Adriana Villela deixa júri para evitar ver fotos dos corpos dos pais

Filha e irmão da acusada também saíram do recinto. Cenas são fortes e perito as usa para comparar com depoimentos de um dos condenados

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1 de 1 Julgamento-Adriana-Villela-2 - Foto: André Borges/Especial para o Metrópoles

Adriana Villela, acusada de ser a mandante do assassinato dos pais e da empregada da família, conhecido como crime da 113 Sul, deixou o plenário no momento em que uma das testemunhas criminal começou a passar slides com dados da investigação, incluindo fotos da cena do triplo homicídio. Amigos dela também saíram do Tribunal do Júri após alerta das imagens feito pelo advogado de defesa, Marcelo Turbay.

O perito criminal Sami El Jundi foi chamado pela defesa. No sétimo dia de julgamento, a 24ª e última testemunha, que começou a ser ouvida na tarde deste domingo (29/09/2019), afirmou no Tribunal do Júri de Brasília ter usado manual do mais famoso departamento de investigação do mundo, o FBI (em inglês, Federal Bureau of Investigation).

Presentes durante o julgamento desde segunda-feira, a filha de Adriana, Carolina Villela, e o irmão da acusada, Augusto Villela, também não compareceram durante a apresentação de El Jundi. As imagens realmente são fortes e mostram os corpos na posição em que foram achados três dias após os assassinatos e as perfurações provocadas por arma branca.

Como a ré responde o processo em liberdade, ela não é obrigada a participar do julgamento, de acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Comparações

El Jundi comparou imagens da cena do crime, simulações incluídas no laudo pericial e fotos dos corpos das vítimas com trechos de depoimentos de Leonardo Campos Alves. Ex-porteiro do prédio dos Villelas, preso e condenado pelo triplo homicídio, é quem teria sido contratado por Adriana por R$ 60 mil para a execução de José Guilherme, Maria Villela e a empregada do casal, Francisca Nascimento Silva.

Em um primeiro momento, Leonardo não cita Adriana como mandante ou a coloca na cena do crime. O assassino, em momento posterior, mudou a versão. A ideia da defesa é provar que as primeiras confissões são verdadeiras por causa da riqueza de detalhes. A inserção de Adriana no caso ocorreu depois.

Nas versões posteriores, Leonardo diz que não subiu ao apartamento e que Adriana foi a mandante do crime. A acusação, por outro lado, sustenta que os primeiros depoimentos foram obtidos mediante tortura e em uma linha de investigação de latrocínio que excluiria eventual mandante.

“Nos últimos depoimentos, quando ele [Leonardo] já está completamente caótico e atribui a terceiros, é quando começa a surgir a história do mandante. Na terceira vez, é ele quem fala na existência do mandante quando ele sequer está no apartamento”, frisou El Jundi.

A acusada senta no banco dos réus desde segunda-feira (23/09/2019), em um julgamento que entra para a história como o mais longo do Distrito Federal que se tenha notícia.

Testemunha

A primeira testemunha de defesa deste domingo (29/09/2019) foi o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Pedro Gordilho. Ele era amigo de José Guilherme Villela e Maria Villela, pais da arquiteta.

O ex-magistrado contou ter conhecido Maria Villela na década 1950 e José Guilherme, que o sucedeu na cadeira do TSE, nos anos 1960. Desde então, manteve contato com o casal e conheceu a família dos amigos. O ex-ministro testemunhou a favor da filha dos Villelas. “Uma pessoa que pratica a verdade, a bondade e a beleza não contrata assassino para matar os próprios pais”, declarou.

Até a manhã deste domingo (29/09/2019), o júri de Adriana Villela durou 65 horas. Com Sami El Jundi, são 24 testemunhas ouvidas: oito de acusação e 16 de defesa. A próxima fase é a leitura de peças do processo, com possibilidade de apresentação de vídeos e fotos. Somente depois é que a ré deve se pronunciar.

Acusação

A arquiteta e jornalista é acusada de ser a mandante do triplo homicídio de José Guilherme, Maria Villela e da empregada do casal, Francisca Nascimento Silva. Eles foram mortos a facadas – 73 no total –, em 28 de agosto de 2009.

Adriana teria contratado o ex-porteiro do prédio dos Villelas Leonardo Campos Alves para matar os pais por R$ 60 mil. Ele, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco Mairlon Barros Aguiar para executar o crime. Sobrinho de Leonardo, Paulo Cardoso também foi acusado pelo esfaqueamento do trio. Julgados e condenados, os três estão presos.

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