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Adasa prepara aumento de tarifa para quem não economizar água no DF

A quantidade disponível para abastecimento tem duração estimada de 73 dias, caso não chova. Diante da possibilidade de faltar água, o governo decidiu adotar medidas para a restrição do consumo. Aumento na conta pode chegar a 20%, se a situação não melhorar

atualizado

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Gabriel Jabur/Agência Brasília
seca
1 de 1 seca - Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Diante da falta de chuvas, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) decretou estado de situação crítica no Distrito Federal, uma vez que os níveis dos dois principais reservatórios da capital do país estão abaixo de 40% da sua capacidade. A quantidade disponível para abastecimento tem duração estimada de 73 dias, caso não chova, e diante da possibilidade de faltar água, o governo decidiu adotar medidas para a restrição do consumo.

A Caesb foi autorizada a diminuir a pressão do sistema das 22h às 5h, o que vai afetar o abastecimento em várias regiões, principalmente as mais altas, como Sobradinho e Planaltina. O uso da tarifa de contingência, que estabelece um percentual extra para quem consumir acima do limite estabelecido pela agência, está em estudo. “Quanto mais a população colaborar, mais tempo de água nós teremos e mais tempo demorará a se adotar essa tarifa”, ressaltou o presidente da Adasa, Paulo Salles. Embora a agência não fixe data nem percentuais, em outros estados e municípios onde a medida foi adotada a sobretaxa chegou a 20%.

De acordo com a Adasa, trata-se do menor nível registrado nos reservatórios brasilienses desde 1987. O quadro só não está pior porque o Instituto de Meteorologia está prevendo o início da temporada de chuvas para o dia 22 de setembro. “Estamos enfrentando uma situação nova. Nunca havíamos passado por isso. As medidas necessárias passam pela ajuda da sociedade e pela busca de novas ofertas de água”, afirmou Salles.

Para evitar que sejam tomadas medidas mais drásticas, como suspensão do abastecimento e aumento de tarifas, a Adasa pede que os brasilienses reduzam o consumo e economizem na hora de abrir as torneiras. O órgão recomenda que a população se abstenha de usar água para lavar veículos, garagens e calçadas e faça irrigação paisagística. Pede, ainda, que a manutenção das piscinas com a troca de água seja evitada o máximo possível.

“O racionamento ainda não começou. O que tivemos foi a interrupção do fornecimento, o que poderá ocorrer novamente”, explicou o presidente da Adasa. As restrições se referem às bacias do Rio Descoberto e de Santa Maria, responsáveis por 85% do abastecimento do DF.

O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) já havia alertado, segundo publicou o Metrópoles, para a “situação crítica” do abastecimento. “Estamos em vias de sofrer uma crise hídrica sem precedentes, caso não chova em breve ou chova pouco. No pior dos cenários, nossos reservatórios garantem água somente até dezembro. A população precisa adotar com urgência a prática de economizar água. Não podemos fazer chover, mas podemos passar a usar a água com responsabilidade e consciência, de modo sustentável“, disse a promotora Marta Eliana, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema).

De acordo com a Adasa, o consumo de água no Distrito Federal é maior que o ideal. A média, até julho de 2016, foi de 175,1 litros/habitante/dia. A agência considera que 150 litros/habitante/dia seriam suficientes. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a quantidade deve ser ainda menor: de 100 a 110 litros deveriam bastar para que cada pessoa satisfaça suas necessidades durante um dia.

A diferença no consumo diário por habitante entre as cidades do Distrito Federal é grande. Os dados da Adasa mostram que as regiões com maior gasto médio diário de água são Setor de Indústria e Abastecimento (481 litros), Lago Sul (437 litros) e Brasília (265 litros). As cidades com menor consumo médio diário são Itapoã (121 litros), Riacho Fundo II (125 litros) e Varjão (132 litros).

Confira os locais onde haverá suspensão do fornecimento:

Brazlândia – Fechamento: 8h – Previsão de normalização: 1h de amanhã (17/09) – Endereços: Vila São José, Quadras 45 a 58.

São Sebastião – Fechamento: 12h – Previsão de normalização: 4h de amanhã (17/09) – Endereços: Setor Residencial Oeste Quadras 305, 306 e 307; Morro Azul; Vila do Boa; Setor Bela Vista.

Jardim Botânico – Fechamento: 12h – Previsão de normalização: 4h de amanhã (17/09) – Endereços: ESAF, Solar de Brasília (Qd 03), Condomínio Jardim Botânico I ao IV, Quintas das Alvoradas, Quintas Interlagos, Quintas do Sol, Jardins do Lago, Bela Vista, San Diego, Mirante das Paineiras e Village Ecológico.

Sobradinho – Fechamento: 16h – Previsão de normalização: 10 de amanhã (17/09) – Endereços: Quadras 02, 04, 08 e 10.

Áreas com intermitência (redução de pressão, com normalização no período da noite):

Planaltina: Condomínio Mestre D´Armas, Jardim Roriz (Qds 04, 05, 06 e 07).

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