Acusados de queimar irmãos no DF vão a júri popular nesta quinta (25)
Jairo Rodrigo de Souza, Iraildo Martins e Uemerson de Souza são suspeitos de terem colocado fogo nas vítimas após uma discussão por drogas
atualizado
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Mais de dois anos e quatro meses após a brutal morte dos irmãos Jeferson Pereira da Silva, 39 anos, e Jackson Junio Pereira da Silva, 42, a sentença dos envolvidos no caso será definida. Presos preventivamente desde 2017, Jairo Rodrigo de Souza, 40, Iraildo Martins, 32, e Uemerson de Souza, 35, irão a júri popular nesta quinta-feira (25/04/2019). Eles são acusados de terem colocado fogo nas vítimas após uma discussão por drogas.
O crime ocorreu em 10 de dezembro de 2016, durante uma festa na casa dos irmãos, na QNM 36, em Ceilândia. De acordo com testemunhas, havia consumo de drogas e álcool no local. Um desentendimento por conta dos entorpecentes acabou se tornando uma briga. Jairo, Iraildo e Uemerson se uniram contra os donos da casa, deixando os dois desacordados. O trio ainda teve a ajuda de Cleide Maria da Conceição, que está foragida.
Inconscientes e deitados no chão, Jeferson e Jackson ficaram à mercê dos criminosos, que jogaram alguns colchões por cima deles. Com um isqueiro e uma garrafa de cachaça, Jairo ateou fogo nas vítimas e em toda a casa, causando um grande incêndio.
A Polícia Civil (PCDF) não tinha pistas do paradeiro dos criminosos até setembro de 2017, quando Jairo foi internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) após levar sete tiros. Ele teve de prestar depoimento na mesma delegacia em que o crime anterior estava sendo investigado, e os agentes ligaram as histórias. Cleide, na época companheira de Jairo, acabou entregando os outros envolvidos, que foram presos.
Nesta quinta, depois de quase um ano e meio de investigações, os acusados serão julgados no Tribunal do Júri. Esperando há tanto tempo por justiça, Loyane Damares Pereira, irmã das vítimas, afirma não ter dúvidas do que aconteceu. “A defesa deles chegou a dizer que seria um acidente, que um curto-circuito teria causado o incêndio. É um absurdo, pois os próprios laudos feitos pela Polícia mostram que foi algo proposital”, diz.
Para ela, o que mais surpreendeu foi o fato de haver uma relação de confiança dos parentes e os assassinos. “Todos eles se conheceram uns seis meses antes do crime. Iam muito na casa dos meus irmãos. Jairo, por exemplo, até me ligava às vezes para me dizer como Jackson e Jeferson estavam”, relatou a irmã.
Loyane disse não entender até hoje o que pode ter acontecido. Muito próxima dos dois, ela destacou que, apesar do envolvimento com drogas, não havia nenhuma característica de violência tanto em um como em outro. “Eles trabalhavam e todo mundo da família sempre ia visitá-los. Nunca tiveram passagem pela polícia”, argumentou.
Agora, com o julgamento que decidirá qual será a pena dos algozes do irmão, Loyane tem a expectativa de que a justiça será feita. “Quero que a pena seja máxima. Tudo o que aconteceu revolta muito.”