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Integrantes do cartel de combustíveis no DF são transferidos para a Papuda

Empresários foram presos na terça-feira (24/11) por participar de organização criminosa suspeita de se articular para fixar preços da gasolina e do álcool nos postos brasilienses

atualizado

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1 de 1 DRE_2520 - Foto: Andressa Anholete/Especial para o Metrópoles

Seis dos sete presos pela Polícia Federal acusados de integrar um cartel que comanda a venda de combustíveis no Distrito Federal foram transferidos, em duas viaturas da Polícia Federal, para o Complexo Penitenciário da Papuda na tarde desta quarta-feira (25/11).

Segundo fontes ligadas à investigação, a transferência foi necessária porque a carceragem da Superintendência da PF ficou lotada com a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, e de outros acusados de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. A carceragem é pequena e tem espaço apenas para seis presos.

Entre eles, estão Antônio José Matias (foto), dono da rede de combustíveis Cascol; Cláudio José Simm, um dos sócios da Gasolline; Marcelo Dornelles Cordeiro, adminsitrador da rede JB, e José Miguel Simas Oliveira Gomes, funcionário da Cascol; André Rodrigues Toledo, gerente de vendas da Ipiranga; e José Carlos Ulhôa, presidente do Sindicato dos Postos de Combustível do DF. Todos estavam detidos na carceragem da superintendência da Polícia Federal.

O prazo da prisão preventiva é de cinco dias, que pode ser prorrogado pelo mesmo período. Adão do Nascimento Pereira, gerente de vendas da BR Distribuidora no DF, está preso no Rio de Janeiro. Ao deixar a Superintendência da PF, Ulhôa recebeu um beijo da esposa, que aguardava a saída do marido. A mulher de Matias e de outros presos também estavam no local.

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Ulhôa, presidente do Sindicato do Postos de Combustível, se despede da mulher antes da transferência*Andressa Anholete/Especial para o Metrópoles**

Mais cedo, Antônio José Matias de Sousa entrou com o pedido de relaxamento da prisão, para responder em liberdade a acusação de ser um dos líderes do cartel que fixava os preços da gasolina e do álcool na capital federal. O pedido foi protocolado pelo advogado do empresário no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios e encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal para parecer do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga as denúncias.

O documento chegou o MPDFT às 15h desta quarta-feira (25/11), mas até a publicação desta reportagem ainda não havia tido resposta dos integrantes do Gaeco. O caso tramita na 1ª Vara Criminal do DF.

Operação Dubai
A ação investiga a formação de cartel no mercado de combustíveis do Distrito Federal. Na terça, foram cumpridos sete mandados de prisão, 44 mandados de busca e apreensão e 25 conduções coercitivas. A operação teve participação da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros do Departamento da Polícia Federal (Delefin), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPDFT) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A investigação começou há cinco anos e reuniu provas de que distribuidoras, postos de revenda e sindicatos do setor mantinham contatos frequentes para fixar o preço dos combustíveis na capital. A atuação da organização criminosa, além de fixar preços artificialmente altos para a gasolina, também atuava para manter o etanol economicamente inviável.

As informações obtidas ainda serão analisadas para se chegar ao valor total movimentado ilegalmente pelo grupo. Estima-se que, em 2014, o lucro ilegalmente obtido varie de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão. No Distrito Federal, as três principais distribuidoras detêm 90% do mercado e a principal rede de postos, com 92 estabelecimentos, realiza 30% das vendas. Não fosse a ação da quadrilha, o preço do litro da gasolina poderia ser de R$ 3,03 no DF contra os atuais R$ 3,79.

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