Acusada de matar e queimar corpo da mãe é condenada a 25 anos de prisão
O crime ocorreu há oito anos. Segundo a investigação, Cátia Miranda cometeu o assassinato com a ajuda do namorado, por motivos financeiros
atualizado
Compartilhar notícia
Uma mulher foi condenada pelo Tribunal do Júri, nessa segunda-feira (22/11), a 25 anos de prisão pela morte da própria mãe. As investigações concluíram que Cátia Nunes Miranda, por interesse financeiro, cometeu o assassinato com a ajuda do namorado, Wilton Marques Teixeira. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado em Sobradinho.
O crime ocorreu há oito anos. Cátia, no entanto, foi presa em 17 de maio de 2018 por policiais da 35ª DP (Sobradinho 2), após os investigadores concluírem que ela era a mandante do crime, ocorrido em 9 de setembro de 2012, na DF-326, perto do Polo de Cinema e Vídeo, em Sobradinho. Wilton havia sido condenado em 2019.
Na sentença, o magistrado Eduardo da Rocha Lee detalhou que “as várias etapas da empreitada criminosa evidenciam que ela fora prévia e cuidadosamente planejada, tudo para assegurar o seu sucesso e a consequente impunidade do delito. Tal fato – premeditação – revela dolo intenso e concreta determinação para o cometimento do homicídio da vítima, potencializando, por certo, o grau de repulsa”.
A pena foi aumentada, porque o crime foi praticado contra ascendente, motivo torpe e a vítima tinha mais de 60 anos. No total, foi fixada a pena definitiva de 25 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado.
O crime
A motivação do assassinato teria sido por questões financeiras. Segundo as investigações, Cátia planejava herdar o patrimônio da mãe, a professora Maria do Carmo Nunes, 65, aposentada do Ministério da Educação. O namorado da acusada, identificado como Wilton, teria sido um dos executores do crime. Em um acordo de delação premiada, ele assumiu a autoria e cumpre pena.
O assassinato ocorreu em um domingo, por volta das 21h30. O corpo da professora foi encontrado carbonizado dentro do veículo dela, um Corsa Classic cinza, na estrada que liga a Fercal a Sobradinho, próximo ao Polo de Cinema, em 9 de setembro de 2012.
O veículo ficou destruído pelo fogo. A Polícia Civil passou a investigar que o corpo poderia ser de uma mulher, mas somente o laudo pericial confirmaria a suspeita.
Na noite do crime, uma equipe da PM conseguiu contato com a filha da proprietária do veículo, que informou aos policiais que a mãe teria saído de casa à tarde para fazer compras em um mercado de Sobradinho e, até aquele momento, não havia retornado. Devido à complexidade e ao envolvimento de parentes, as investigações seguiram em segredo de Justiça.