Academia do DF fecha as portas e deixa empregados e alunos no prejuízo
Fit Point, em Vicente Pires, encerrou as atividades nesta terça-feira (25/06/2019) sem dar garantias aos funcionários e clientes
atualizado
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Alunos e funcionários da academia Fit Point, em Vicente Pires, estão preocupados e revoltados. O estabelecimento, que fica na Rua 4, Chácara 287, Lote 02, encerrou as atividades nesta terça-feira (25/06/2019) e não deu previsão para ressarcir o dinheiro dos clientes e nem para quitar as dívidas trabalhistas.
Segundo os frequentadores, os aparelhos de musculação não funcionavam devidamente e a academia estava sendo mal administrada. A professora de inglês Lorena de Sousa, 28 anos, assinou com a Fit Point em novembro de 2018 e, desde que começou a frequentar o local, percebeu a falta de estrutura.
“Entrei lá com a promessa de que várias modalidades seriam oferecidas, mas algumas não chegaram a abrir. Muitas máquinas não funcionavam e, em um determinado momento, o ar-condicionado também estragou”, conta.
Desde fevereiro, revela Lorena, as coisas começaram a ficar ainda piores. “Passaram a funcionar apenas duas esteiras. O professor de fitdance passou a não ir mais porque não recebia salário.”
Cansada do descaso, em maio, ela pediu o cancelamento do contrato. “Quando fiz a solicitação, achava que a cobrança do plano anual no meu cartão de crédito seria interrompida, mas não foi o que aconteceu.” Lorena diz que a mensalidade continuou a ser cobrada e, ao reclamar com Sandro Rodrigues Carneiro, um dos responsáveis pela academia, foi bloqueada por ele para realizar chamadas e enviar mensagens.
“É o mesmo papo com todo mundo. Ele pede para mandar os dados, fala que vai depositar e depois não responde mais nada”, denuncia a aluna.
Quem também saiu lesado foi o casal Liz e Wesley de Araújo. De acordo com o funcionário público, nem a limpeza do local era feita. “Estava completamente largada, não tiravam nem a poeira. Parecia um lugar abandonado, os equipamentos estavam todos quebrados. A gente continuava indo para não perder o dinheiro”, explica.
Depois que ficou sabendo que a academia seria fechada, Wesley entrou em contato com a esposa de Sandro, a advogada Grace Kelly Felix de Abreu, para saber se ele receberia o dinheiro de volta. “Ameacei levar uma TV ou outra coisa de lá, como garantia de que receberia o que me falta. Com raiva, ela me disse: ‘então corre atrás do seu prejuízo'”, relata.
Liz lembra que, aos poucos, as aulas foram sendo encerradas. “Além da fitdance que eu fazia, o pilates e crossfit foram cancelados. Eles só estavam abrindo de manhã e à noite com medo de alguma fiscalização passar. Não tinha uma pessoa responsável por lá.”
Pelo lado dos professores, um dos ex-funcionários do local, Gerson da Silva, 35 anos, conta que tudo era feito informalmente. “Dei aula por nove meses. Ninguém lá tinha carteira assinada e os salários estão todos atrasados. Quando a gente tenta alguma resposta, é ignorado”, reclama.
A intenção é pagar
Procurada, a sócia proprietária da academia Fit Point, Gracy Kelly, disse que o estabelecimento ainda está se organizando para pagar tudo o que deve. “Vamos fazer um acordo com todos os alunos. Ninguém vai ficar no prejuízo e queremos resolver isso o mais breve possível”, afirmou.
A responsável pela academia ainda citou as obras que acontecem no local como razão para o fechamento. “Vicente Pires está passando por obras e todo o comércio está passando por dificuldades. Queríamos continuar, mas não havia mais condição.”
Já Sandro Rodrigues, marido de Gracy, não atendeu as ligações da reportagem.