Abalado após agressão de Bessa, porteiro se afasta do trabalho
Funcionário do condomínio saiu do DF por uns dias, segundo responsáveis pela empresa de segurança. Ex-deputado admite pedir desculpas
atualizado
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Abalado após ser agredido pelo ex-deputado federal Laerte Bessa (PL), o porteiro de um condomínio de Águas Claras (foto em destaque) precisou ser afastado das funções. O funcionário saiu do Distrito Federal por alguns dias, informou ao Metrópoles um dos responsáveis pela empresa de segurança do prédio. A agressão foi filmada por câmeras de segurança e pelo próprio funcionário e noticiada pela coluna Grande Angular.
O caso foi registrado na 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul).
As imagens mostram o ex-diretor geral da Polícia Civil do DF na gestão Roriz nervoso e partindo para cima do trabalhador. Em determinado momento do bate-boca, ele ameaça: “Vou te dar um tiro na cara”.
O policial civil aposentado se irritou por que o porteiro não permitiu a entrada de um motoboy com delivery na noite dessa terça-feira (12/11/2019), como revelado pela coluna. A confusão chegou ao síndico do condomínio, que também sofreu agressões. O subsíndico, que é policial militar, foi uma das testemunhas do fato.
O ex-deputado se disse arrependido. “Foi um momento de explosão. Dei um empurrão nele. Vou à delegacia esclarecer os fatos e, no momento oportuno, pedirei desculpas”, afirmou Bessa, garantindo que não estava armado.
Outros moradores
A reportagem conversou com diversos moradores do condomínio e todos criticam a atitude do ex-deputado. “Para um policial, que deveria proteger a sociedade, pior ainda. Aposentado ou não, a função é proteger e não ameaçar. Estou sem palavras para descrever essa situação”, afirmou Elisiane Lima, moradora do prédio há cinco anos.
“Regras são regras e é até uma questão de segurança para o próprio morador essas normas do condomínio. Estou abismada”, opinou Ana Luiza Rodrigues, moradora do prédio e recepcionista. De acordo com outras pessoas, a relação entre moradores e funcionários sempre foi marcada pelo respeito.
“A rotina do dia a dia acaba aproximando. A funcionária que fica na portaria durante o dia chama todos pelo nome. As crianças que passam pela recepção, inclusive meu filho, estendem o braço para ela. Chega a ser uma relação de carinho”, conta um morador que preferiu não se identificar. Quanto à proximidade com Bessa, os vizinhos que conversaram com o Metrópoles afirmaram não ter contato. “Nunca o vi nas áreas em comum, nem mesmo no elevador”, disse o mesmo morador.