À polícia, bolsonarista afirma que enfermeiros “deram dedo” para ele
Ele é suspeito de agredir manifestantes na Esplanada. O terceiro suspeito, morador de Goiânia, foi ouvido pela Polícia Civil de Goiás
atualizado
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O ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Renan da Silva Sena prestou depoimento na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), nessa segunda-feira (18/05). Ele aparece em um vídeo xingando e cuspindo enfermeiros durante um protesto que ocorreu no Dia do Trabalhador (1º/05).
Sena informou que foi defender uma colega que estava sendo agredida verbalmente pelos profissionais da saúde. A pessoa a quem ele se refere é a empresária de Tocantins Marluce Gomes, de 44 anos. Ela também foi ouvida pelos investigadores. Na ocasião, afirmou que “reagiu”porque foi “agredida primeiro” pelo grupo. Toda as informações foram apuradas pelo Metrópoles.
Renan Sena detalhou que o desentendimento começou quando os enfermeiros “deram dedo” para Marluce. Segundo a versão do homem, ao tentar defender mulher, acabou sendo agredido verbalmente pelos manifestantes, que também “deram dedo”para ele, causando a briga.
Os dois suspeitos foram até a Praça dos Três Poderes para uma manifestação em favor do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
O terceiro suspeito, um influenciador de direita de 38 anos, morador de Goiânia, foi ouvido pela Polícia Civil de Goiás. No depoimento, registrado também nessa segunda-feira (18/05), ele afirma que não participou da agressão. O homem, que não teve o nome divulgado, também não foi reconhecido pelas vitimas.
Repercussão
O caso ganhou repercussão nacional após os vídeos viralizarem nas redes sociais. Na terça-feira (12/05), os investigadores ouviram representantes do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF).
Marluce Gomes é dona de uma empresa de eventos em Palmas (TO). Quatro dias após o protesto que terminou em insultos, a mulher esteve no Palácio da Alvorada, onde conversou com o presidente Bolsonaro, do lado de fora da residência oficial. Pediu perdão, mas levantou a hipótese de haver infiltrados no ato promovido pelos profissionais de saúde..
Demitido
Renan da Silva Sena atuou no ministério chefiado por Damares Alves como analista de projetos do setor socioeducativo. A admissão dele foi feita por intermédio da G4F Soluções Corporativas Ltda. Contratada por R$ 20 milhões, a empresa presta serviços nas áreas de apoio administrativo e operacional à pasta, e demitiu o funcionário no último dia dia 4.
Nas redes sociais, Renan costuma fazer publicações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Ele também segue o chefe do Executivo nacional em agendas na Esplanada dos Ministérios.
O morador de Goiânia, terceiro suspeito, esteve em Brasília no começo do mês para participar dos atos a favor do presidente no dia 3 de maio. O homem postou inúmeros vídeos da estadia dele na capital, mas não mencionou o episódio da agressão no dia 1º de maio.
Veja vídeos do caso: