A chuva nem começou e as crateras tomam conta das vias do DF
Novacap diz que greve atrapalha trabalhos de tapa-buraco e divulga telefone para quem quiser reclamar: 3403-2626
atualizado
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De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temporada de chuvas teve início oficialmente nesta quarta-feira (18/11) no Distrito Federal. Mas para quem dirige pelas ruas da cidade, parece que começou há muito tempo. O Metrópoles percorreu as regiões de Taguatinga, Vicente Pires, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Lago Sul, aeroporto e Asa Sul e não teve dificuldades para encontrar verdadeiras crateras nas principais vias e rodovias da capital do país.
O taxista Marcos Machado, de 37 anos, roda bastante pelo DF e conta que há muitos buracos, principalmente nas regiões administrativas distantes do centro de Brasília. “Dependendo do caminho, não tem nem como evitar”, relata. Ele ainda afirma que teve de trocar um pneu do carro que furou recentemente ao passar por uma grande vala.
A aposentada Maria Luiza Pereira, de 64 anos, prefere pegar um caminho mais congestionado para casa do que enfrentar as crateras. “Seria mais rápido se pegasse uma via marginal no SOF Sul, mas escolho ir pela Epia pela condição da pista.” Os problemas também causaram transtorno ao engenheiro Ricardo França, 50: “Minha mulher bateu o carro por causa de um buraco na entrada da quadra onde moramos, no Sudoeste”.
Em nota, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) informa que a manutenção das vias do Distrito Federal ocorre diariamente. Contudo, alega que os funcionários estão em greve, mas, mesmo assim, a empresa trabalha para reduzir os impactos da paralisação. Ressalta, ainda, que o cronograma das operações tapa-buraco é realizado a partir das informações da população, que pode acionar o serviço pelo telefone 3403-2626.
Auditoria do TCDF
A baixa qualidade do asfalto é um problema recorrente no Distrito Federal. Em 2013, foi lançado o programa Asfalto Novo, beneficiando 872 km de vias em 29 regiões. O custo do serviço foi de R$ 437 milhões. De olho na qualidade das obras, o Tribunal de Contas do DF (TCDF) analisa mais de 300 amostras do Plano Piloto, de Taguatinga e de Águas Claras.
Os auditores avaliam, por exemplo, os graus de compactação do asfalto. Os resultados também vão revelar a flexibilidade e a resistência do concreto utilizado, a espessura e a densidade das camadas, o teor de ligante existente no pavimento, ou seja, a quantidade de Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP), que confere a coesão entre os outros componentes da massa asfáltica, entre outros pontos.
De acordo com o resultado das análises, as empresas que fizeram o serviço serão obrigadas a refazê-lo ou devolver o dinheiro aos cofres públicos quando forem constatadas irregularidades.