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A cada hora, alguém é vítima de estelionato no DF

Em 2015, foram mais de 10,9 mil casos, que variam entre clonagem ou falsificação de cartões e cheques. Consumidores devem ficar atentos ao local em que realizam compras e evitar fornecer dados bancários para evitar fraudes

atualizado

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1 de 1 compras cartão - Foto: iStock

Cartões bloqueados, compras não aprovadas e até mesmo dívidas de que não se tem conhecimento. Muitos brasilienses enfrentam transtornos ocasionados pela clonagem de cartões de crédito e cheques no Distrito Federal. Em 2015, foram 10.934 vítimas de estelionato na capital — o número, que inclui crimes como clonagem ou falsificação de cartões e cheques, corresponde a uma média de 30 ocorrências por dia, ou 1,2 a cada hora. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF.

E a dor de cabeça pode ser ainda maior se a fraude for percebida tarde demais. Os mais desatentos podem acabar com o nome na lista de maus pagadores do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e perder o benefício de comprar em parcelas, por exemplo.

“As operadoras de cartão afirmam que, hoje, não há riscos de clonagem com o uso do chip. Sabemos que não é inteiramente verdade, mas o que mais acontece são as fraudes na internet. Então, é importante que o consumidor tome cuidado com os sites em que compra”, afirma Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “No caso dos cheques, o problema é que as pessoas que os recebem nem sempre são as que vão descontá-lo, o que facilita o processo de adulteração”, completou.

O advogado Vitor Henrique Silva, 23 anos, foi vítima do golpe este ano. Depois de ter o cartão de crédito clonado, criminosos realizaram um saque em uma casa lotérica. “Levaram R$ 300 da minha conta, que era o limite do banco de retirada em terminais da Caixa Econômica”, contou ao MetrópolesPara resolver o problema, teve que encarar uma burocracia sem fim.

Depois de receber a mensagem do banco, Silva tentou bloquear o cartão pelo telefone, o que não foi possível. “Fui até a agência e me disseram que eu não poderia solicitar o bloqueio no mesmo dia do roubo. No fim das contas, tive que ir ao banco duas vezes e eles ainda pediram o boletim de ocorrência para abrir o processo. Na delegacia, eles se recusaram a registrar a ocorrência sem o local em que o dinheiro foi sacado. Foi uma dor de cabeça enorme”, relatou. O ressarcimento do valor retirado só foi cair na conta 10 dias depois.

Segundo o chefe da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), delegado Jeferson Lisboa, as organizações criminosas que investem nesse tipo de golpe são bastante articuladas e utilizam cada vez mais a tecnologia em seu favor.

Eles costumam saber quais os bancos que comunicam quando o cliente faz compras no cartão ou têm pessoas dentro das próprias operadoras telefônicas para que o proprietário não receba os comunicados

Jeferson Lisboa, delegado-chefe da Corf

O titular da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor à Ordem Tributária e a Fraudes frisou ainda a importância de se registrar a ocorrência em caso de fraude. “Muitas vezes, o banco já ressarce imediatamente, e não é feito o boletim de ocorrência. Se a polícia não recebe os dados, não há como impedir a ação das organizações”, ressaltou o delegado.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Quadrilha especializada
Em outubro de 2015, a Corf prendeu integrantes de uma quadrilha especializada em roubar dados de cartões de crédito. O grupo lesou 2 mil pessoas somente no Distrito Federal.

Eles obtinham as informações dos chips por meio de um programa instalado nas máquinas de cartão e, para ter acesso às senhas, contavam com a ajuda de funcionários de empresas que trabalhavam na manutenção dos equipamentos. Eles ainda utilizavam a tecnologia Bluetooth para reunir dados. A pena para o crime de estelionato, quando somada à de organização criminosa, pode chegar a 13 anos de reclusão.

Dicas
As vítimas de estelionato devem entrar em contato com o banco — para que o cartão seja bloqueado e não haja mais danos — e registrar a ocorrência na Polícia Civil, o que pode ser feito em qualquer delegacia ou por meio da delegacia eletrônica.

O Idec destaca que qualquer movimentação realizada depois da clonagem de um cartão de crédito ou cheque é de inteira responsabilidade do banco. Se o caso não for solucionado, a vítima também pode recorrer ao Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) ou entrar com uma ação no Juizado Especial Cível.

Cartões:

  • Não use senhas óbvias, como datas de nascimento de parentes próximos
  • Troque as senhas periodicamente
  • Não confie em mensagens eletrônicas que pedem sua senha. Bancos e operadoras de cartão não solicitam essas informações por e-mail
  • Antes de digitar a senha, verifique se o valor da compra foi digitado na máquina de cartão
  • Confira frequentemente o extrato bancário
  • Não perca o cartão de vista ao fazer compras em lojas físicas
  • Procure buscar o cartão na agência em vez de pedir que seja entregue em casa
  • Verifique se o antivírus do computador está atualizado antes de comprar pela internet. Ele impede a invasão de hackers que podem roubar dados bancários

Cheques:

  • Evite andar com folhas em branco assinadas
  • Não deixe o talão à vista
  • Evite rasurar ou deixar espaços em branco ao preencher o cheque

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