A cada 16 horas, um rodoviário ou motorista de app é assaltado no DF
No DF, foram registrados 354 roubos em ônibus ou carros de aplicativo até agosto deste ano, o que representa uma ocorrência a cada 16 horas
atualizado
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Além do trânsito caótico, crimes violentos também fazem parte da rotina de quem trabalha transportando passageiros do Distrito Federal. Dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) mostram que, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados 354 roubos a ônibus ou motoristas de aplicativos, o que representa uma ocorrência a cada 16 horas
Na última segunda-feira (2/10), o cobrador Ariel Santos Marques, de 26 anos, se tornou mais uma vítimas da insegurança dentro de veículos. Ele foi assassinado com um tiro na cabeça durante um assalto no coletivo em que trabalhava.
Apesar da quantidade de casos em 2023 ainda assustar, houve uma diminuição expressiva nessa modalidade criminosa. Em comparação com o mesmo período de 2018, entre janeiro e agosto, a queda foi de 70,59%.
Confira:
Ao Metrópoles, a pasta informou ter iniciado, no início do ano, uma série de ações envolvendo as forças de segurança do DF, a Secretaria de Mobilidade (Semob) e representantes de empresas de ônibus, entre outros órgãos, para o enfrentamento aos roubos a coletivos.
A pasta destaca a importância do registro de ocorrências pela população para subsidiar a elaboração de estudos e manchas criminais que monitoram e indicam dias, horários e locais de maior incidência de cada crime, entre outras informações relevantes para o processo de investigação.
Os levantamentos são utilizados na elaboração de estratégias para o policiamento ostensivo da Polícia Militar do DF (PMDF), bem como para a identificação e desarticulação de possíveis grupos especializados por parte da Polícia Civil do DF (PCDF).
Assassinato de cobrador
A PCDF, por meio da 27ª DP, identificou Aílson Cauã de Oliveira Lima, 20 anos, como o autor do disparo que matou o cobrador Ariel Santos Marques, 26. Há ainda o envolvimento de Kauã Souza de Oliveira, 19, e um adolescente, que já foi apreendido na Cidade Ocidental, no Entorno.
O assassinato ocorreu na noite de segunda-feira (2/10) durante um assalto ao ônibus em que Ariel trabalhava no Recanto das Emas. Aílson aparece nas imagens de câmeras de segurança do ônibus com a arma na mão e atirando em Ariel.
De acordo com o delegado-chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), Fernando Fernandes, os dois adultos ainda são procurados.
Veja vídeo:
Os suspeitos acumulam passagens pela polícia pelos crimes de roubo, furto, receptação, uso de drogas e outros. As ocorrências foram registradas em Recanto das Emas, Samambaia e Entorno do DF.
Ariel morava no Pedregal, Entorno do DF, e trabalhava como cobrador na Viação Pioneira desde os 18. Ele deixa um filho, de 1 ano.
Assalto
O ônibus em que o cobrador estava circulava pela DF-001, no Recanto das Emas, quando os três assaltantes entraram e anunciaram o assalto.
Em depoimento à polícia, o motorista do coletivo disse que os criminosos abordaram Ariel enquanto ele estava com fone de ouvido e cochilava. E que, por conta disso, um dos criminosos puxou os cabelos dele.
Em seguida, Aílson Cauã apontou a arma para ele, pedindo que entregasse todo o dinheiro do caixa. Ariel teria dado a quantia aos bandidos, bem como o próprio celular.
Mesmo sem reagir ao assalto, um dos autores disse para Aílson: “Dá um tiro nele, dá um tiro nele”. Aílson, então, efetuou o disparo no ouvido do cobrador. Ariel morreu na hora.
No momento do crime, havia cerca de 10 pessoas dentro do ônibus. Uma das passageiras também foi abordada pelo trio e teve o celular roubado.
Após matarem o cobrador, os criminosos foram em direção ao motorista e mandaram ele parar o ônibus. “Depois que dispararam, ainda apontaram arma para mim e ficaram gritando: ‘Para, para e abre a porta’. Eu abri a porta dianteira, porque eles estavam na parte da frente, não tinham passado a roleta”, relatou em depoimento.
Os bandidos desceram do ônibus e saíram correndo em direção ao núcleo rural Caub. Quem tiver informações a respeito do paradeiro deles pode denunciar pelos telefones 197; (61) 3207-8220; 3207-8171; e 98182-8071.