A cada 10 crianças, só duas completaram vacinação da dengue no DF
DF registrou queda de 97% no número de casos, mas há risco de novo aumento de infecções se medidas de prevenção não forem adotadas
atualizado
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Apenas duas a cada 10 crianças e adolescentes, com idades entre 10 e 14 anos, completaram o ciclo de vacinação contra a dengue no Distrito Federal. A capital brasileira registrou redução de 97% no número de casos da doença, na comparação entre a primeira semana de 2024 com o mesmo período de 2025. Mas há risco de uma nova explosão se a população baixar a guarda.
O GDF apresentou um balanço da situação na manhã desta terça-feira (07/01), no Palácio do Buriti. A baixa vacinação é preocupante. A imunização de duas aplicações está disponível na rede pública para o público de 10 a 14 anos, mas nesta faixa etária, apenas 46% tomaram a primeira dose, e somente 18,9%, a segunda.
Segundo a Secretaria de Saúde, atualmente, a rede tem 17 mil doses em estoque na Rede de Frio Central (GRF). A primeira dose garante a aplicação da segunda. E há doses disponíveis para todo público-alvo. A fim de garantir a conclusão do ciclo de imunização, a pasta adotou um serviço de mensagens por aplicativo para reforçar a chamada aos pais das crianças e adolescentes. Os pontos de vacinação estão disponíveis neste link.
Por enquanto, não há planos para a ampliação da faixa etária. A mudança depende de autorização e nota técnica do Ministério da Saúde. No entanto, segundo a pasta, em todo Brasil, o público entre 10 e 14 anos foi o maior registro de complicações com a doença.
Queda x riscos
O número de casos de dengue registrados no DF teve uma redução de 97% na comparação entre a primeira semana epidemiológica de 2024 com o mesmo período de 2025. Segundo o GDF, foram 196 casos neste ano, contra 8.228 em 2024.
No entanto, o número de pontos de descarte irregular de entulho e lixo, que acumulam água e, consequentemente, viram ponto de proliferação do mosquito transmissor da doença, ainda é alto e preocupante: cerca de 200.
Dessa forma, o governo ressalta que são necessárias ações de prevenção para se evitar uma nova epidemia, principalmente quanto à conscientização da população.
“Não podemos recuar um centímetro nas ações de combate à dengue. Continuem vigilantes. No momento da chuva, a vigilância tem que ser redobrada”, alertou a governadora em exercício, Celina Leão (PP), durante entrevista coletiva no Palácio do Buriti, na manhã desta terça-feira (7/1).
Água parada
Segundo Celina, se a população não ajudar, o número de casos da doença pode explodir novamente. Além do descarte regular, as famílias podem ajudar evitando pontos de água parada dentro de casa e permitindo a visita dos agentes de saúde.
O chefe da Casa Civil do Distrito Federal, Gustavo Rocha, falou sobre os investimentos que o governo local fez para minimizar o impacto da dengue. Dentre eles, o aumento do número de armadilhas contra o mosquito transmissor da dengue, conhecidas como ovitrampas, que chegaram a 6 mil.
Além disso, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF), que tinha capacidade de fazer 500 exames de dengue, terá a capacidade de atendimento aumentada para 1,5 mil testes por dia.
Pelo levantamento da Secretaria de Saúde, as regiões com maior incidência de casos são Paranoá, Varjão, Brazlândia, Lago Norte, Itapoã, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, São Sebastião, Plano Piloto e Lago Sul.
Entulho e multas
Ao longo de 2024, o GDF recolheu 1 milhão de toneladas de descarte e irregular e aplicou R$ 4 milhões em multas. Com relação aos 200 pontos se risco, o governo planeja colocar placas de sinalização e estuda cercar alguns dos locais.
O descarte irregular de lixo está sujeito a multa. Em casos graves, de despejo em áreas ambientais, a penalidade chega a R$ 293 mil.
Denúncias de descarte irregular podem ser pelos telefones 199, 162 e pelo site da Ouvidoria-geral do DF