8/1: general revela irritação de Lula com ausência de ministro no QG
À CPI dos atos antidemocráticos da CLDF, o general que estava a frente do CMP do Exército contou bastidores das prisões de bolsonaristas
atualizado
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Em depoimento nesta quinta-feira (18/5), o general Gustavo Henrique Dutra, que chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) durante o 8 de janeiro, detalhou as conversas com o presidente Lula (PT) após as ordens de prisão de golpistas no acampamento em frente ao Quartel-General de Brasília. De acordo com Dutra, Lula irritou-se com a ausência do ministro da Defesa, José Múcio, no local.
Em oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o general Dutra, que acabou exonerado em abril, comentou sobre a irritação do presidente.
“O presidente perguntou se o Múcio [ministro da Defesa] estava comigo. Eu disse que não e ele respondeu: ‘Mas deveria estar’, e desligou o telefone”.
Risco de mortes e Lula irritado: o que disse general Dutra sobre ordem de prisão no QG
A assessoria do ministro Múcio informou que ele estava no reunidou com outros ministros no momento citado por Dutra. “O ministro de Defesa, José Mucio Monteiro, estava no Palacio do Planalto no referido momento, reunido com outros ministros. E, conforme o depoimento do próprio general Dutra, chegou em seguida, tambem acompanhado de outros ministros”, disse por meio de nota.
“Noite com sangue”
Na ligação entre Dutra e Lula, o petista foi categórico, segundo o general. “Ele disse: ‘São criminosos, têm que ser presos’. Eu disse que ninguém tinha dúvida, que estávamos todos indignados iguais. Mas, até aquele momento, só estávamos lamentando dano ao patrimônio. Se entrasse sem planejamento, poderíamos terminar a noite com sangue.”
Ainda na versão do depoente do Exército, o próprio presidente da República teria dado ordem de isolar a Praça dos Cristais e prender todo mundo na manhã do dia seguinte.
