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8/1: coronel da PMDF considera estratégia dos golpistas “mais eficaz” do que a da corporação

“A estratégia dos criminosos foi mais eficaz que a nossa”, declarou ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF em CPI

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Tropa de Choque da PMDF durante retirada de manifestantes bolsonaristas do Congresso Nacional após invasão. Confusão generalizada toma conta do prédio após agentes e manifestantes entrarem em confronto em meio à gás - Metrópoles
1 de 1 Tropa de Choque da PMDF durante retirada de manifestantes bolsonaristas do Congresso Nacional após invasão. Confusão generalizada toma conta do prédio após agentes e manifestantes entrarem em confronto em meio à gás - Metrópoles - Foto: Metrópoles

O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues declarou que “a estratégia dos criminosos” no dia dos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 foi “mais eficaz” do que a da corporação.

Casimiro é ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (1º CPR) da PMDF e fez a afirmação durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, nesta segunda-feira (5/6), na Câmara Legislativa (CLDF).

“A estratégia dos criminosos, infelizmente, foi mais eficaz que a nossa. Eles agiram de uma forma que passou por cima da nossa estratégia. A gente foi lá, resgatou os prédios. Eu fui ferido, quase morri naquilo ali. Dediquei minha vida àquilo. Às 18h, os prédios tinham sido resgatados. Só faltava a frente do Congresso”, afirmou Marcelo Casimiro.

Ele também avaliou que houve coordenação nos ataques. “Houve uma articulação muito grande da turba agressiva, puxando gradil de forma ordenada, de uma só vez. Foi muito coordenado. Puxaram os gradis e foram para cima dos policiais. Os criminosos são essas pessoas, não os policiais.”

O coronel afirmou, ainda, que o Batalhão de Choque agiu, mas que os golpistas eram uma “turba muito agressiva”.

“Infelizmente, [os extremistas] venceram os policiais, no primeiro momento. No segundo momento, chegamos com mais efetivo. Era muita pedra, muita violência. Eu fui ferido, quase perdi o dedo do pé. Tomei muita bala de gude no colete, meus braços ficaram roxos, [levei] muita pedra na cabeça, no capacete. Caí algumas vezes, as pessoas partiram para cima de mim. Não conseguimos no primeiro momento. No segundo, partimos para cima, resgatamos os prédios [da Esplanada]”, detalhou Casimiro.

O nome do coronel consta no processo do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga suposta omissão de autoridades durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Argumentando que não estava na função de comandante naquela data, ele alegou ainda que as manifestações bolsonaristas eram passadas “como um evento tranquilo”, antes da tentativa de golpe, mas negou ter recebido qualquer relatório de inteligência.

“O centro da questão é que não se tinha uma análise de risco. E não foram tomadas boas decisões. Pelas informações que a gente tinha, foram tomadas as ações corretas. Não consigo avaliar omissão”, acrescentou.

Inquérito na PMDF

Casimiro também foi indiciado em inquérito na corregedoria da PMDF que investiga os atos antidemocráticos. Ele se defendeu e criticou a forma de condução das apurações.

“Foi uma situação muito chata para mim. Não sei como o coronel encarregado chegou a essa conclusão. Na minha visão, com todo o respeito, as investigações não foram feitas de forma aprofundada. Deveriam colher mais depoimentos, mais provas”, argumentou Casimiro, durante a CPI.

Outro ponto questionado pelos deputados distritais foi a abertura da Esplanada dos Ministérios para pedestres no dia anterior aos atentados: “[Esse] foi um ajuste feito em reunião, pelo Paulo José [então chefe interino do Departamento de Operações da PMDF]. Parece que aconteceu uma reunião, no sábado [7/1], de que eu não participei. Quem mandou [liberar a área] foi ele, para manifestantes. Foi a ordem que recebi”.

Os parlamentares também encontraram, nas pesquisas sobre o coronel, postagens favoráveis a Jair Bolsonaro (PL). Em publicação nas mídias sociais, no dia da eleição do ex-presidente, em outubro de 2018, Casimiro havia escrito que o país passaria por mudanças. “Não elegemos um salvador que vai resolver todos os problemas do Brasil, mas, sim, o início de uma grande transformação”, publicou.

Durante o depoimento, o militar cobrou que as investigações façam “uma distinção dos manifestantes e criminosos”.

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