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DF: 40% das moradoras de regiões mais pobres entre 25 e 29 anos são mães

Dados de pesquisa da UnB mostram que muitas dessas mulheres interromperam os estudos ao tornarem-se mães

atualizado

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Imagem em preto e branco de mulher grávida com as mãos na barriga - Metrópoles
1 de 1 Imagem em preto e branco de mulher grávida com as mãos na barriga - Metrópoles - Foto: Pixabay

No Distrito Federal, quanto mais alta a renda da mulher, mais ela demora para ter filhos. É o que mostra a pesquisa ObservaDF, da Universidade de Brasília (UnB). De acordo com o levantamento, nas áreas mais pobres do DF, a maternidade faz parte da vida de mais de 40% das mulheres entre 25 e 29 anos.

No grupo de alta renda, a maioria das mulheres é mãe entre os 30 e 39 anos. O início da maternidade se concentra nas idades de 30 a 34 anos.

O estudo ainda mostra que, entre as mulheres de 20 a 39 anos que têm filhos, a frequência escolar é baixa — apenas 6% estudam. Esse percentual aumenta para 19% entre aquelas que não têm filhos nessa faixa etária, e 61% das sem filhos alcançaram o ensino superior, enquanto entre as que têm filhos, essa proporção vai para 42%.

Já as mulheres que não estudam nem trabalham, conhecidas como nem-nem, correspondem a 40% das mulheres que têm filhos. Essa proporção cai para 30% entre aquelas que não têm filhos.

Os dados foram colhidos em 2021. Segundo o texto da pesquisa, “em situação de maior vulnerabilidade, a fecundidade em idades mais jovens, sobretudo na adolescência, pode implicar na evasão escolar e na inserção precária no mercado de trabalho, muitas vezes interrompendo sonhos e perspectivas de uma vida melhor”.

Ana Maria Nogales Vasconcelos, professora da UnB e pesquisadora do ObservaDF, afirma que percebe-se uma redução geral no número médio de filhos e aumento na idade em que a maternidade se inicia.

“Em todas as classes estamos vendo um redução do número médio de filhos e um aumento da idade média ao ter esses filhos”, ressalta.

“A redução da fecundidade é explicada por um aumento da escolarização feminina e uma maior inserção no mercado de trabalho. Quanto mais escolarizada, menor será o número médio de filhos e mais tardio o início da vida reprodutiva da mulher. A construção de uma carreira profissional sólida e reconhecida é realizada, muitas vezes, em detrimento da maternidade. Muitas mulheres optam pela carreira profissional e a maternidade ocorrerá, se ocorrer, em idades mais avançadas, depois dos 35 anos”, completa.

Porém, ela considera que, apesar de haver uma tendência, o DF apresenta situações díspares. “De um lado fecundidade muito tardia e por outro, em áreas mais vulneráveis, fecundidade ainda precoce. São necessárias políticas públicas que atendam todas as demandas. É necessário que essas mudanças societárias e seus impactos sejam incluídas na agenda pública”, diz.

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