2ª onda de Covid-19 no DF: Saúde quer evitar interrupção do atendimento de rotina no Base
Em reunião nessa quarta-feira (23/12), cúpula da Saúde discutiu estratégias para atender pacientes da Covid-19 nas unidades hospitalares
atualizado
Compartilhar notícia
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) quer evitar a interrupção de procedimentos essenciais realizados no Hospital de Base do Distrito Federal, maior unidade médica da capital do país, como os serviços oncológicos e cardiológicos, mesmo diante de uma possível segunda onda de Covid-19.
O Base (foto em destaque), de acordo com a pasta, continuará tendo leitos para pacientes com o novo coronavírus, mas apenas para aqueles dentro do perfil do hospital que evoluam com quadro da doença.
“A ideia é que essa unidade [Hospital de Base] não seja retaguarda na rede para atendimento Covid-19, mas que continue atendendo os casos de maior complexidade que já atende”, explicou Petrus Sanchez, secretário-adjunto de Assistência à Saúde.
Em reunião, nesta quarta-feira (23/12), integrantes da cúpula da Secretaria de Saúde discutiram medidas para enfrentar o possível aumento de casos de contaminação pelo novo coronavírus, entre as quais um plano de mobilização de leitos. De acordo com a pasta, o documento está em fase de finalização e, diferentemente do primeiro, lançado no início da pandemia, permitirá a oscilação dos leitos, ampliando e reduzindo os espaços conforme os dados de transmissão e ocupação de leitos.
“Esse é um plano flexível, que prevê vários cenários e a capacidade de resposta necessária”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto.
No último domingo (20/12), 15 leitos de UTI passaram a ser exclusivos para tratar pacientes da rede pública diagnosticados com o novo coronavírus – sendo 10 no Hospital Regional de Samambaia e cinco no Hospital Daher.
A Secretaria de Saúde também abriu inscrições para contratação imediata de 102 médicos temporários, na última terça-feira (22/12). Os aprovados, de acordo com a pasta, irão trabalhar nos hospitais regionais da Asa Norte, Brazlândia e Planaltina, além de atuarem no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Hospital de Campanha de Ceilândia.
Taxa de ocupação
A taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da rede pública do Distrito Federal destinados a pacientes da Covid-19 subiu para 80% na noite dessa quarta-feira (22/12). Segundo os dados mais recentes divulgados pela SES-DF, 136 dos 170 leitos estão ocupados.
O número inclui UTIs pediátricas e adultas. Do total, oito instalações estão bloqueadas ou esperando liberação e 26 estão disponíveis para acolher novos pacientes. Desse total, 25 contam com suporte para hemodiálise.
No Hospital de Base, de acordo com as informações da SES-DF, 17 das 26 unidades de UTI para adultos estão ocupadas. Outras seis seguem bloqueadas ou esperando liberação. No Hospital de Campanha da Polícia Militar, que conta com a maior estrutura para receber pacientes graves de Covid-19, 75 dos 80 leitos de UTI equipados para atender adultos estão preenchidos.
Na rede particular, 153 dos 201 suportes de UTI – adultos e pediátricos – estão ocupados, o que equivale a 76,11% da capacidade total. De acordo com os dados atualizados às 18h10 dessa quarta, algumas unidades não contam mais com leito algum disponível. São elas: Hospital Home, Hospital Alvorada, Hospital Daher, Hospital Santa Lúcia Norte, Hospital Santa Luzia, Hospital Santa Marta e Hospital Sírio Libanês.
Média móvel
A média móvel de mortes por Covid-19 no Distrito Federal se manteve em 10,6 nessa quarta. Na comparação com o indicador apurado há 14 dias houve queda de 8,6%, o que mostra estabilidade na quantidade de mortes.
Devido ao tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação dos especialistas no sentido de comparar a média móvel do dia com a de duas semanas atrás. As oscilações no número de mortes ou de casos de até 15% para mais ou para menos caracterizam invariabilidade.
Desde o início da pandemia de coronavírus, o DF já notificou 246.397 contaminações e 4.181 óbitos em decorrência da doença. Nas últimas 24 horas, foram 12 mortes e 525 novas infecções.