Defesa Civil fez 117 interdições por risco de desabamento em 2019
O levantamento foi feito entre 1º de janeiro e 12 de dezembro deste ano e inclui construções em áreas de risco
atualizado
Compartilhar notícia
A Subsecretaria do Sistema da Defesa Civil, órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública, fez, de 1º de janeiro ao último dia 12, 117 interdições de estruturas que ofereciam riscos de desabamento no Distrito Federal. O levantamento inclui as edificações erguidas em áreas que oferecem perigo à população.
As interdições poderão ser de caráter parcial, total e/ou de edificações localizadas em áreas consideradas de risco. Do total, 22 foram feitas em Taguatinga; 14, na região de Ceilândia; 11, em Samambaia; e 10, no Gama. Outras oito ocorreram no Guará 2; sete no Guará 1; seis no Plano Piloto e em Vicente Pires. Cinco em Brazlândia; quatro em Águas Claras; no Riacho Fundo I e em Sobradinho II; três no Núcleo Bandeirante e no Park Way; e duas no Recanto das Emas.
Uma interdição foi feita em cada uma das seguintes cidades: Arniqueira, Planaltina, Paranoá, Jardim Botânico, Fercal, SIA, Itapoã e em Santa Maria. De acordo com a Defesa Civil, a ocupação desordenada do solo e o improviso na hora de erguer as construções são os fatores que mais contribuem para os danos estruturais.
Na terça-feira (10/12/2019), parte da laje de uma casa desabou na QNR 5 em Ceilândia. De acordo com informações dos Bombeiros, o telhado do segundo piso cedeu. A edificação tem três andares. Ninguém se feriu. Ainda segundo a corporação, a Defesa Civil foi acionada para avaliar a estrutura da casa. A causa do desabamento ainda é desconhecida. O proprietário da residência não estava no imóvel no momento do incidente.
O imóvel ao lado foi atingido por pedaços de construção que caíram sobre a cama dos vizinhos. No momento do desabamento, apenas uma pessoa estava em casa. Ela havia acabado de acordar e se assustou com o barulho, mas não se feriu.
Conforme o Metrópoles mostrou, quase 6 mil famílias de 19 regiões administrativas do Distrito Federal estão em locais considerados com grandes riscos de desabamentos, deslizamentos e até mesmo inundações. O número consta do mais recente relatório da Defesa Civil com as chamadas áreas de risco, ao qual o Metrópoles teve acesso.
De acordo com o documento, de 2016 até hoje, houve aumento de aproximadamente 20% de moradias ameaçadas, especialmente durante o período de chuvas. Essas unidades passaram de 4.762 para 5.702. No ano passado, eram 5.367 residências nessa situação.
São consideradas como de risco áreas com as seguintes características: proximidade a córregos e outros cursos de água; ausência ou precariedade de sistemas de drenagem de águas pluviais; falta de saneamento básico; fragilidades nas construções; localização de residências em lugares com declives acentuados; invasões ou ocupações em áreas de proteção ambiental; acúmulo de resíduos sólidos (entulhos e restos de obras) em locais inadequados, entre outras.
Nesta semana, um outro susto. Na terça-feira (10/12/2019). O terreno de uma obra cedeu, durante temporal, e engoliu quatro carros na 709/909 Sul. De acordo com a Novacap, houve irregularidades por parte da empresa responsável pela construção no que diz respeito à rede pluvial da área.
A empresa afirma que a rede de água existe há mais de 30 anos e nunca havia apresentado problema. Antes do início da obra, a D&B, responsável pela construção, pediu autorização à companhia para que os engenheiros fizessem o desvio da tubulação. “A manifestação foi atendida pela área técnica mediante a apresentação do projeto executivo”, afirmou, em nota.
O órgão também aponta que “existem indícios de que as galerias pluviais podem ter sido rompidas na execução da obra em questão, situação que deveria ter sido encaminhada pela D&B imediatamente à Novacap, mas que não ocorreu”.
O coronel Sérgio Bezerra, da Defesa Civil, afirmou, na quarta-feira (11/12/2019), que o acidente seria resultado de uma falha na execução do projeto. Disse também que o grande volume de água nas barreiras de proteção construídas pela empresa pode ter sido o motivo para o desabamento.
A Caesb, por sua vez, esclareceu que “o incidente não tem nenhuma relação com redes da água ou esgoto da companhia”. Em nota, o órgão afirmou que, em função do desmoronamento, a rede de esgoto se rompeu. Agora, equipes de manutenção estão trabalhando no local no desvio do fluxo de esgoto “para executar um novo trecho de rede na outra extremidade da rua”, diz o texto.
De acordo com a D&B, estão sendo feitas a proteção do local e a retirada da água que vazou. Representantes da empresa disseram, ainda, que não há mais riscos para a obra ou os prédios vizinhos. Os carros foram retirados e a empresa promete ressarcir os danos aos proprietários. Os trabalhos na região seguem nesta sexta-feira (13/12/2019).