1ª morte por coronavírus no DF é de índio que tinha diabetes
Israel Tiago Martins era do assentamento na Rota do Cavalo e procurou a UPA após apresentar desconforto respiratório e febre
atualizado
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Na manhã deste sábado (28/03), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal enviou nota para o Metrópoles afirmando que houve um “desencontro de informações” e que Israel Tiago Martins não morreu de coronavírus. Segundo a pasta, o segundo teste do paciente deu negativo para Covid-19. “Portanto, o Distrito Federal continua sem nenhum óbito registrado até o momento”.
A primeira vítima fatal de coronavírus do Distrito Federal é Israel Tiago Martins (foto em destaque), 40 anos. Indígena da etnia Paresí, o paciente morreu nesta sexta-feira (27/03) logo após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho.
A informação foi confirmada ao Metrópoles por uma liderança indígena. Martins morava no assentamento Rota do Cavalo e procurou a unidade de saúde depois de sentir desconforto respiratório e febre.
Já internado, o quadro evoluiu para síndrome respiratória grave. O paciente apresentava histórico de hipertensão e diabetes.
Em 2019, Israel Tiago virou notícia quando teve o braço direito amputado após ser espancado por três pessoas. Ele era ajudante de serralheiro em São Carlos, São Paulo.
As agressões sofridas foram fotografadas e chegaram até a então Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília, o que fez Israel desembarcar no DF.
“Uma guerra”
De acordo com o documento da Secretaria de Saúde, há 242 casos confirmados na capital do país. Do total de registros no último boletim, nove são infecções graves e outros nove estão em situação crítica.
Entre os pacientes contaminados, 27 têm mais de 60 anos. Na faixa etária de 41 a 50 anos, são 60 infectados. A maioria dos casos, 79, é de pessoas entre 31 e 40 anos. Outros sete indivíduos têm de 11 a 20 anos.
Em entrevista coletiva virtual realizada nesta sexta-feira (27/03), o secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, comparou o combate ao novo coronavírus a um cenário de conflito bélico. “Estamos vivendo uma guerra, essa pandemia é uma verdadeira guerra”, disse.