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Chega de Fiu Fiu: confira documentário nas telonas de Brasília

Obra dirigida por Amanda Kamancheck e Fernanda Frazão aborda o assédio e será exibida em sessão única, no domingo (27/5) , no Cine Brasília

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Neste domingo (27/5) ocorre, no Cine Brasília, exibição única na capital do documentário Chega de Fiu Fiu, sobre o assédio sexual nas ruas. E eu não vou simplesmente recomendar que você vá a essa sessão: leve contigo ao menos um homem a quem ama.

Após assistir ao longa, a lição deixada é a de que o assédio se perpetua também porque grande parcela dos homens ainda não se deu conta de quão agressivo é um “fiu fiu”. Isso não tem nada a ver com paquera. E o filme pode ser um delicioso antídoto para essa enfermidade.

Chega de Fiu Fiu decidiu construir sua narrativa em torno da história de três mulheres – uma de Salvador, uma de São Paulo e outra de Brasília. (Sou paulista, mas há oito anos vendi mais da metade do lote do meu coração ao DF, e adianto que a personagem brasiliense é a mais instigante de todas.)

Por meio das vivências das personagens, o documentário começa a amarrar sua argumentação central: o assédio sexual é uma maneira de repetir às mulheres que lugares públicos e as ruas das cidades não são delas nem para elas. Que lugar de mulher é na privacidade de casa, no silêncio da obediência e na submissão ao homem.

Talvez os trechos mais reveladores do documentário, porém, não sejam aqueles protagonizados por mulheres – infelizmente, elas contam histórias que todas nós já estamos cansadas de ouvir e, principalmente, de vivenciar –, mas as rodas de conversa organizadas por homens comuns.

Homens comuns, digo, os que assediam. Pois o assédio sexual não ocorre apenas quando um cara desequilibrado ou de caráter putrefato resolve gozar às custas (e sem o consentimento) de uma desconhecida. Ocorre também quando um homem comum decide exibir-se para os amigos – quem diz isso não sou eu, são os entrevistados no filme –, quando decide que a desconhecida na rua é uma mera ferramenta pra ele demonstrar seu poder a outros machos.

“Cantada na rua, o homem faz mais para aparecer. Porque isso não vai surtir efeito nenhum. Qual mulher você vai chamar ‘ô, gostosa’ na rua e vai virar alguma coisa?”, admite um deles.

E assim, intensifica-se, nessa perpetuação de costumes, o medo da mulher de sair na rua. Não à toa, 86% das brasileiras já sofreram violência sexual ou assédio em espaços públicos, de acordo com a ActionAid. Vamos admitir: é preciso mais que uma porção de tarados para alimentar uma cifra tão chocante, é necessário quase um país inteiro de homens que ainda não entenderam: assédio não é elogio. Assédio é agressivo e dá medo.

Divulgação/Brodagem Filmes

“Ele, quando anda na rua, sabe que não vai me estuprar. Eu não tenho como saber disso. Por isso, tenho medo”, afirma uma das personagens do filme. Como ela, todas nós. Mas cabe principalmente aos homens, mudando a si mesmos e repreendendo os colegas, solucionar esse problema. Por isso a obra é para eles mais do que para nós. Não perca a oportunidade de educar um homem com essa sessão.

Chega de Fiu Fiu
Domingo (27/5), às 11h, no Cine Brasília (EQS 106/107 – Asa Sul). Sessão gratuita, com 620 lugares. Ingressos estarão disponíveis a partir de 1 hora antes da exibição do filme

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