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Tratamento periodontal cirúrgico oferece maior chance de eliminar áreas infectadas e permite maior chance de recuperar os dentes

Cuidados básicos com a higienização bucal é a melhor forma para evitar doenças como periodontite, segundo especialista

atualizado

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A doença periodontite, inflamação que atinge os ossos que seguram os dentes e a gengiva, afeta cerca de 90% da população mundial, segundo a estimativa da Organização Mundial de Saúde – OMS. De acordo com o órgão, um dos principais problemas da doença dental é a perda dos dentes em adultos, mas com tratamento adequado pode ser evitado.

O tratamento periodontal é a área da odontologia que estuda, trata e previne doenças dos tecidos de sustentação e de proteção dos dentes na boca, ou seja, tudo que compromete a saúde e sustentação dos dentes e impacta fortemente a saúde bucal como um todo, informa Kelly Matiko Santos Tamane Soares, graduada em odontologia com ênfase em periodontia, cirurgia e implantodontia, odontologia legal e odontogeriatria.

“Um dente comprometido periodontalmente, muitas vezes intacto ou sem qualquer lesão (cáries), em muitos casos é circunstância de extração dentária, uma vez que a doença periodontal é instalada, acomete toda a saúde oral, comprometendo outros dentes em áreas saudáveis”, explica Kelly Tamane, com experiência na área de clínica geral, atendimento de crianças, adultos e odontogeriatria.

Graças a procedimentos periodontais, diz a cirurgiã dentista, pode-se reestabelecer a saúde dos tecidos e dos ossos acometidos, e um dos tratamentos bastante corriqueiros e de vital importância é a raspagem em campo aberto e campo fechado. “Infelizmente, quando as técnicas cirúrgicas são indicadas, os pacientes, em muitas ocasiões, se sentem inseguros devido ao termo cirurgia, porém, estamos tratando de procedimentos altamente efetivos, em que a colaboração do paciente tem papel primordial”, alega Tamane.

“Aqui pretendo desmistificar um pouco mais os dois tratamentos em específico, referindo a procedimentos comuns, porém de suprema importância em periodontia. A raspagem pode ser feita em campo fechado ou aberto, sendo que só o segundo é classificado como procedimento cirúrgico”, relata a Kelly, com cursos de Cirurgia Oral Menor, de Terapêutica Básica em Odontologia, de Cirurgia Pré-Protética, de Odontologia Estética, de Vascularização e Inervação da Face, de Cirurgia para Aumento de Coroa Clínica e de Odonto Radiologia.

Conforme a especialista, a raspagem em campo fechado retira o material que causa atividade bacteriana ativa e danosa aos tecidos, como um todo, diferentemente de uma simples limpeza dentária, ela busca eliminar o tártaro, principal vilão para a saúde dos tecidos que sustentam os dentes na boca. Em muitos casos, alega a Tamane, uma raspagem eficiente trata gengivites que quando inflamadas sangram facilmente durante a escovação, e até ao toque.

“Esse procedimento pode ser realizado com ou sem anestesia local, e é feito com instrumentos manuais específicos ou ultrassônicos. Sempre aliado a novos hábitos de higiene, instruídos pelo profissional, ele garante a reestabilização da saúde e previne o comprometimento de outros dentes e tecidos orais”, esclarece a dentista, com experiência em execução de cirurgia periodontal, pré-protética, exodontia de sisos (casos simples e impactados, inclusos, semi-inclusos).

A raspagem a campo aberto, segundo Tamane, é indicada em casos em que a doença geralmente compromete mais o tecido ósseo, as chamadas bolsas. Que também elimina tártaro, mas, neste caso, em áreas cobertas pela gengiva a qual se faz o alisamento radicular. “Isso, é quando fazemos uma criteriosa limpeza e raspagem dos elementos mais profundamente, e removemos tártaro em áreas fechadas, ou seja, em regiões abaixo da gengiva. Esse procedimento requer anestesia, e depois da realização, são feitas suturas e pontos, para uma cicatrização eficiente e saúde do complexo periodontal”, menciona a profissional.

De acordo com a OMS, a higiene oral precária continua sendo a maior causa da doença periodontite, constituindo-se na maior causa de perda dos dentes em indivíduos acima dos 40 anos, a forma grave afeta de 10% a 20% das pessoas de todo o mundo. A prevalência das formas leve e moderada varia de 20% a 50% na população, podendo chegar a 85% na mais idosa. As formas moderadas a graves afetam cerca de 100 milhões de indivíduos, correspondendo a 15% dos adultos entre 21 e 50 anos de idade, e a 30% dos adultos acima de 50 anos de idade.

“Essas terapias aliadas a outros procedimentos feitos com o periodontista, e a uma meticulosa rotina de higiene oral, com escovação, fio dental, escovas interdentais e alguns medicamentos sob a forma de bochechos ou uso tópico por exemplo, correspondem a um trabalho a quatro mãos (paciente e profissional) que garante pelo menos 50% do tratamento, com grandes chances de sucesso. Vale ressaltar que a indicação de um tratamento periodontal cirúrgico é a mais válida opção que temos para a preservação dos dentes na boca, possibilitando a regeneração do que foi destruído pela doença e que, felizmente, conseguimos manter os dentes por longos períodos, quando o estado de saúde geral do paciente não está comprometido”, finaliza a dentista Kelly Tamane.

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