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Transportadoras enfrentam desafios com diferenças no transporte da vacina da Pfizer

Transporte da vacina estrangeira contará com maior grau de complexidade e menor tempo

atualizado

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Após longa negociação, o governo brasileiro chegou a um acordo com a Pfizer para a vinda das vacinas desenvolvidas pela farmacêutica em parceria com a empresa alemã BioNTech, com previsão de distribuição entre abril e setembro.

Até o momento, as vacinas em circulação no Brasil são a AstraZeneca/Oxford e a Corona Vac, que já atingiram a entrega de 25 milhões de doses por meio da parceria entre o Instituto Butantan, o governo do Estado de São Paulo, a transportadora West Cargo e o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP). A chegada da vacina da Pfizer-BioNTech ao país representa não só um reforço para as vacinas já presentes no país, mas também um desafio para as transportadoras por conta das particularidades na logística da imunizante estrangeira.

Em conversa com o diretor da Especialidade de Transporte de Produtos Farmacêuticos do SETCESP, Gylson Ribeiro, a maior preocupação é a temperatura do transporte e armazenamento da vacina da Pfizer. “Após fabricada, a vacina deveria ser armazenada em -70ºC, foi assim que começou a ser distribuída no mundo e a Pfizer até desenvolveu um contêiner específico para fazer o transporte disso. Entretanto, isso gera uma grande dificuldade porque o consumo deve ser rápido, a partir do momento em que a dose é retirada do compartimento. Pouquíssimos equipamentos aguentariam a temperatura inicial de -70ºC e, que eu tenho conhecimento, são raras as empresas no país que possuem esse tipo de equipamento, o que limita a distribuição desta vacina aos grandes centros brasileiros que teriam condições de manter o insumo na condição original”, afirma Gylson.

Apesar da dificuldade atual no Brasil com esta logística, a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, emitiu a autorização do armazenamento da vacina em temperaturas consideradas normais, entre -15ºC e -25ºC, por até duas semanas sem perder a eficácia. Após este prazo, a vacina perde seus valores imunizantes, complicando a logística de transporte, armazenamento e aplicação, que devem ser feitos em apenas 15 dias.

“Esta resolução da FDA, se aplicada aqui no Brasil, resolve grande parte do problema de distribuição desta vacina. Claro que, temos uma dificuldade muito maior, que é o ponto em que as vacinas são deixadas, os quais muitas vezes não estão preparados para receber, armazená-las e conservá-las. A logística terá de ser feita em função do tempo”, finaliza Ribeiro.

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