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Já faz um tempo que a toxina botulínica e os preenchedores são utilizados na medicina. Pesquisa realizada pela Universidade de San Diego, Califórnia (EUA) em parceria com a Universidade de Semmelweis, de Hamburgo (Alemanha), por meio de análises de mais de 40 mil relatórios de tratamento com toxina botulínica, apontou um dado interessante e promissor: quem foi submetido ao ativo para casos de hiperidrose, rugas faciais, profilaxia da enxaqueca, espasticidade e espasmos, apresentou menos depressão comparando com pacientes submetidos a outros tratamentos para as mesmas condições. “Isso sugere que a toxina botulínica tem efeito antidepressivo e está atribuída de forma hipotética à interrupção do feedback facial que reforça as emoções negativas. Ou seja, se o seu rosto não consegue expressar uma situação de raiva, o seu corpo não sente”, argumenta o cirurgião-dentista Thales Wilson Cardoso, graduado em Odontologia pela UNESP, em São José dos Campos, especialista em Harmonização Facial pela Facoph.
Já o Jornal da Associação Americana de Clínica Psicofarmacológica também publicou um estudo que sugere que a aplicação da toxina botulínica reduz a informação que vai dos nervos trigêmeos para o tronco cerebral, normalizando esta ligação com a amígdala esquerda – quando ela fica hiperativa está ligada à ansiedade, depressão, stress pós-traumático e medos elevados. Para o especialista, quando esses ativos aliviam a dor, automaticamente melhoram a qualidade de vida de uma pessoa. “E ela consegue mudar outros pontos da sua vida já que terá uma autoestima mais elevada”, observa o cirurgião-dentista.
A harmonização facial é um tratamento rápido, que não necessita de afastamento do trabalho. Apenas alguns cuidados após a aplicação. Quando realizada por profissionais capacitados, a técnica possibilita corrigir imperfeições que abalam a autoestima, proporcionando um rosto mais simétrico e um sorriso mais bonito. “Essa sensação de estar desconfortável com a aparência pode trazer consequências graves para a pessoa”, concorda Newton Morais, médico especialista em dermatologia e diretor médico da clínica Mais Excelência Médica, que afirma. “Muitas passaram por traumas, por isso mesmo precisamos desmistificar que a harmonização é feita apenas para fins estéticos.”
E quando há exagero?
Newton explica que é preciso recorrer a especialistas. “Analisar até mesmo a arcada dentária, ir além da queixa da paciente é essencial. Em um caso de exagero, realizado por uma pessoa que não é especialista, pode ser possível reverter o problema com aplicação de substâncias que vão dissolvendo os ativos injetados. Mas precisa descobrir qual ativo foi aplicado e avisar que essa ação não acontece de um dia para o outro”, elucida o diretor médico.
Esse exagero pode estar ligado a uma doença mental chamada Transtorno Dismórfico Corporal. “É quando a pessoa tem uma preocupação excessiva com a sua aparência. Não está satisfeita com os procedimentos e sempre quer mais”, comenta o cirurgião plástico Marcelo Sampaio, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas (USP).
As redes sociais podem piorar o problema. Pesquisa publicada pela Jama Facial Plastic Surgery, revela que as fotos tiradas em uma selfie podem aumentar em até 30% o tamanho do nariz, já que a câmera está mais próxima do rosto. “Cabe ao profissional avaliar se há necessidade real e, se for o caso, até mesmo indicar acompanhamento com um psicólogo e/ou psiquiatra”, comenta Marcelo Sampaio.
A especialista em dermatologia, Geisa Costa, idealizadora do Art Beauty Center (São Paulo e Uberaba/MG), acredito que a beleza deve se alinhar à saúde e à autoestima, e, principalmente, ao autoconhecimento. “Não adianta levar uma foto de alguém e querer aquela boca ou aquele nariz. Não adianta fazer diversos tratamentos para melhorar o viço e não comer adequadamente. Não adianta fazer procedimentos e não se reconhecer no espelho no resultado final. A verdadeira beleza começa de dentro para fora.”
Pode ser indicado um tratamento multidisciplinar, com acompanhamento de um nutricionista, para uma alimentação equilibrada e que contribui para melhorar a qualidade da pele, e uma terapia, que vai focar no bem-estar do paciente. “A abordagem precisa ser cada vez mais individualizada, identificando deficiências e desequilíbrios que podem contribuir para o mal funcionamento do corpo e o envelhecimento precoce. Com o objetivo de desenvolver protocolos personalizados para satisfazer as necessidades de cada paciente, com estratégias de prevenção e de tratamentos”, conclui Geisa Costa.
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