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Tecnologia inovadora para tratamento do coração é lançada no Brasil

A tecnologia inovadora para tratamento de pacientes com insuficiência coronariana é uma parceria entre a Fiocruz e a francesa Servier.

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Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Servier acaba de lançar uma tecnologia inovadora para o tratamento de pacientes com isquemia cardíaca, também conhecida como síndrome coronariana crônica. Disponibilizada em forma de micropelletes, a trimetazidina é revestida com uma membrana com microporos, que possibilitam a liberação prolongada da substância por 24 horas. Dessa forma, com apenas uma cápsula diária, o paciente consegue melhor adesão ao tratamento, propiciando redução das crises de angina e da isquemia cardíaca, redução do risco cardiovascular, aumento da tolerância ao esforço físico e, consequentemente, melhora da qualidade de vida.  

Segundo o relatório Global Burden of Diseases, divulgado pela revista The Lancet no fim de 2020, as doenças isquêmicas do coração foram a principal causa de morte no Brasil, em 2019. De acordo com o levantamento feito pelo Institute for Health Metrics and Evaluation, da Universidade de Washington, mais de 171 mil brasileiros morreram devido a esta doença no país. A isquemia cardíaca é resultado da diminuição do fluxo sanguíneo para as células do coração. Entre as causas do problema estão a obstrução das artérias coronárias por placas ateroscleróticas, o espasmo coronário ou o envolvimento de vasos sanguíneos de pequeno calibre. Quando isso acontece, o sintoma mais comum é dor no peito (angina) ou cansaço fácil e, em caso mais graves, infarto agudo do miocárdio.

“Pacientes com angina do peito, normalmente fazem uso crônico e regular de diversas medicações para controle dos fatores de risco cardiovascular. Isto aumenta o número de comprimidos a serem tomados e acaba por dificultar a organização do tratamento. A liberação constante e sustentada da molécula por 24 horas é um grande e bem-vindo avanço na terapia para esses pacientes. Alguns estudos feitos em outros países confirmaram a maior aderência, o que se traduz em maior eficácia para controle da angina e da isquemia”, explica Luis Henrique Gowdak, Professor Livre-Docente de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP e Médico-Assistente do InCor-HCFMUSP.

Mais de 30 estudos clínicos com 14 mil pessoas foram realizados com trimetazidina. Segundo o especialista, as principais diretrizes internacionais e brasileira fazem referência sobre sua utilização no tratamento de pacientes com Síndrome Coronariana Crônica. 

“A Diretriz Europeia, publicada no início de 2020, recomenda o uso de trimetazidina em pacientes que permaneçam com angina do peito em uso de outros medicamentos para controle de sintomas, como betabloqueadores. Aliás, neste último documento europeu, o grau de recomendação foi reforçado. Ela também foi indicada para uso precoce em combinação a outros agentes antianginosos, para oferecer ao paciente um alívio mais rápido e completo dos sintomas. No Brasil, a Diretriz de Angina Estável de 2014, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, já antecipava ambas as recomendações”, afirma o cardiologista.

Parceria e transferência de tecnologia para a Fiocruz

A disponibilização do medicamento no Brasil ocorre através de uma parceria entre a Servier e a Fiocruz. Os micropellets (grânulos da substância) são importados das instalações da Egis Pharmaceuticals, empresa vinculada ao grupo Servier, na Hungria, onde todo o processo de encapsulamento foi transferido para ser fabricado no Complexo Tecnológico de Medicamentos, em Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.

“Essa parceria foi construída para melhorar o acesso a um tratamento medicamentoso de terceira geração no domínio da cardiologia para a população brasileira. No caso específico das cápsulas Vastarel caps LP 80 mg, a tecnologia de micropeletes com 24 horas de liberação prolongada do medicamento proporciona potente eficácia, segurança, maior aderência e comodidade aos pacientes isquêmicos, com apenas 1 cápsula ao dia. E ela abrange a transferência de tecnologia e fabricação local da Servier e Farmanguinhos/Fiocruz, incluindo a troca de experiências de aprendizagem de ambas as equipes industriais. Com essa parceria e expertise, a Servier abre a possibilidade de tornar o Brasil um polo de manufatura para a produção do Vastarel para toda a América Latina”, esclarece Mathieu Fitousse, Diretor Geral da Servier do Brasil.

O diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, explica que o diferencial está na internalização da metodologia de micropellets, ou seja, no procedimento que permite ou possibilita a liberação diferenciada do princípio ativo no organismo do paciente, e também de possíveis combinações com mais de um princípio ativo na mesma forma farmacêutica.

“O sistema de micropellets otimiza a liberação do medicamento de forma prolongada ao longo das 24 horas. Essa tecnologia é importante, porque poderemos aplicá-la futuramente em outras formulações de interesse do SUS”, destaca Mendonça.

Website: http://www.servier.com.br

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