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Como muitas áreas que exigem contato físico, profissionais do ramo de tatuagem vêm buscando se reinventar em tempos de Covid-19. Dependendo de onde estão baseados, alguns estúdios podem permanecer fechados por tempo indeterminado, enquanto outros já estão de volta ao trabalho, seguindo novos protocolos de segurança.
No início de julho, a prefeitura de São Paulo definiu um conjunto de normas para os estúdios de tatuagem e piercing. O parâmetro adotado foi o Plano São Paulo, do governo estadual, que detalhou o processo de reabertura de estabelecimentos de diferentes ramos.
Para afastar qualquer possibilidade de contaminação, o protocolo pede que os orçamentos de tatuagens sejam feitos exclusivamente on-line. Antes da sessão, recomenda-se uma anamnese por telefone para verificar se o cliente teve febre nos últimos 14 dias ou contato com algum doente. No estúdio, tatuadores e clientes devem usar toucas, luvas e máscaras cirúrgicas durante todo o processo. É recomendável que o cliente não leve acompanhantes para a sessão, tendo em vista que só uma pessoa pode ficar na sala durante o procedimento. Os atendimentos devem ser agendados com intervalos de, no mínimo, 40 minutos entre uma sessão e outra.
A Associação Brasileira de Tatuadores, Piercers e Micropigmentadores Tattoo do Bem, representação oficial da categoria no país, está certificando estúdios de tatuagem que participam de treinamentos gratuitos on-line para a prevenção da transmissão do vírus. Trata-se de um guia de recomendações preventivas e cuidados para estúdios de tatuagem, piercing e micropigmentação criado a partir de documentos da Anvisa, Ministério da Saúde e OMS.
“Medidas sanitárias e o uso de máscara já são rotina nos estúdios de tatuagem, mesmo antes da pandemia”, afirma a tatuadora Monica Motta, sócia-proprietária do Malk Custom Tattoo, em Sertãozinho, interior de São Paulo. “As adaptações estão mais na questão do atendimento, que vão resultar em agendas mais disputadas”, diz. A tatuadora, que já fez estágio nos estúdios Acqua Santa e Fleur Noire, ambos em Nova York, tem buscado informação com os colegas americanos para entender o futuro do setor. “A maioria dos tatuadores não aceita mais walk-in, o que significa que tattoos feitas por impulso serão cada vez mais raras, já que agora precisamos de mais planejamento para atender”.
A tendência é que haja também um aumento nos preços, destinados a cobrir gastos extras com material de higiene. “O setor passa por mudanças, mas os estúdios que mostrarem que estão seguindo os protocolos corretos continuarão com as agendas lotadas”, afirma Monica.