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Quase todo mundo já sentiu dor nas costas alguma vez na vida, mas o paciente com fibromialgia pode não só sentir dor nas costas, mas também nas pernas, nos ombros e em várias outras regiões do corpo simultaneamente. As dores, geralmente, são acompanhadas de fadiga crônica e distúrbios do sono.
Por conta dessas características, a fibromialgia é caracterizada como uma doença reumatológica, sem causa orgânica, inflamatória ou mecânica, em que o paciente sente dor crônica generalizada por mais de três meses.
Dor intensa e difusa
Toda dor funciona como um alarme de incêndio – ela indica que determinada região do organismo não está funcionando bem. Na fibromialgia esse alarme dispara sem necessidade e ativa todo o sistema nervoso, fazendo a pessoa sentir ainda mais dor. Dessa maneira, nervos, medula e cérebro tornam os estímulos dolorosos ainda mais intensos. Isso significa que, além das dores provocadas pela própria condição, uma dor lombar ou uma dor nos ombros, por exemplo — problema comum que pode atingir qualquer um — pode ser ainda mais intensa em quem tem fibromialgia. Outra característica da doença é a sensibilidade ao toque. Um simples tapinha nas costas, como gesto de cumprimento, pode incomodar o paciente.
Além disso, acredita-se que exista, também, uma predisposição genética que influencia no surgimento da condição, pois há genes específicos que fazem com que algumas pessoas tenham mais sensibilidade à dor do que outras. Outro fator que interfere na sensibilidade da dor é o estresse crônico, pois apesar de o estresse ser uma reação biológica natural do corpo humano, quem tem fibromialgia sente mais dor quando está sob estresse.
Como funciona o diagnóstico
O diagnóstico é apenas clínico, pois não existe nenhum exame capaz de detectar a fibromialgia. Porém, em muitos casos são solicitados exames para descartar outras doenças que causam sintomas semelhantes. O principal indício da doença é a dor crônica generalizada, que atinge as partes acima e abaixo da cintura, os lados direito e esquerdo do corpo e pelo menos uma parte da coluna. Na maioria dos casos, a doença se instala de forma progressiva e o paciente vai percebendo os sintomas aos poucos. Geralmente, a pessoa não consegue apontar pontos específicos de dor e a queixa mais comum no consultório médico é de que “tudo dói”.
Como não existem exames específicos, todo o histórico do paciente deve ser levado em conta, e o médico também precisa identificar se existem condições atenuantes, como uma tendinite ou outra doença reumática, por exemplo.
Até pouco tempo atrás, o diagnóstico era feito com base em um teste de 18 pontos de dor na musculatura. Para ser diagnosticado, o paciente tinha que apresentar dor em pelo menos 11 desses 18 pontos. Hoje, no entanto, leva-se mais em consideração a dor crônica em si do que o número de pontos com dor, além dos outros sintomas. A partir daí, avalia-se seu histórico para chegar ao diagnóstico correto e buscar o tratamento, que inclui medicamentos para alívio da dor (que atuam estimulando os inibidores de dor no sistema nervoso central) e melhora do sono, atividade física regular, redução de estresse e até terapia, já que a doença pode causar um grande impacto na qualidade de vida e problemas emocionais.
E na hora da dor?
Durante uma crise de dor aguda, o paciente deve identificar se o episódio de dor foi causado por alguma circunstância específica, como uma situação de muito estresse, e evitá-la, na medida do possível. Ele também pode recorrer a analgésicos e conversar com o médico para buscar uma orientação individualizada que o ajude a combater a crise.
O mais importante para evitar ou pelo menos reduzir o número de episódios de dor é praticar exercícios físicos regularmente. Apesar de o repouso ser a reação mais comum à dor, é muito importante que o paciente faça atividades para melhorar os sintomas. O começo pode ser difícil, mas o resultado tende a aparecer em alguns meses. No geral, as atividades devem ser leves, de acordo com a capacidade do paciente. O médico precisa orientá-lo considerando suas limitações.
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