Compartilhar notícia
Após quase um ano de pandemia, os efeitos da Covid-19 ainda estão presentes na atividade econômica. Enquanto o setor de serviços e comércio são mais afetados pelo distanciamento social, o setor industrial tem conseguido resultados melhores e este panorama deve prevalecer este ano. “A indústria demonstra resiliência na pandemia e as perspectivas para 2021 são positivas”, destaca José Maurício Caldeira, da Asperbras.
O cenário otimista transparece nos números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em dezembro de 2020, a produção industrial cresceu 0,9% frente a novembro. “Foram oito meses de alta”, diz José Maurício Caldeira. Com isso, o setor acumulou crescimento de 41,8% e eliminou a perda de 27,1% registrada entre março e abril.
O Boletim Focus, do BC (Banco Central), projeta um crescimento do PIB brasileiro de 3,47% neste ano, enquanto a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), aposta em 4% para o Brasil, 4,5% para a indústria, com destaque para a indústria de transformação, com crescimento de 5,9%.
As projeções trazem boas perspectivas, apesar dos desafios enfrentados atualmente pela indústria. A Fiesp produziu um estudo sobre a disponibilidade de matérias-primas, um dos principais gargalos do setor. O trabalho, que reúne pesquisas feitas entre setembro de 2020 e janeiro de 2021, informa que foi de 33,7% o aumento médio dos custos gerais das companhias no ano passado. Entre os segmentos com maior dificuldade encontram-se os de resinas plásticas, embalagens de papelão, produtos de aço, ferro, cobre e químicos em geral.
A indústria da construção civil também enfrenta esses percalços. Segundo os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o problema atingiu 50,8% das empresas no quarto trimestre de 2020. No trimestre anterior, o percentual era de 39,2%. Mas a pesquisa também mostra que empresários da construção melhoraram suas expectativas em janeiro de 2021, sobretudo para compra de insumos e matérias-primas nos próximos seis meses.
Para José Maurício Caldeira, do Grupo Asperbras, o setor imobiliário vive um bom momento. “A Asperbras atua nessa área desde os anos 1990”, frisa o executivo. A Asperbras é responsável pela construção de edifícios comerciais e residenciais e loteamentos de médio e alto padrão ao longo desse período. Atualmente, atende o mercado por meio da Abitte Empreendimentos e Urbanismo, empresa que recentemente lançou os empreendimentos Adisa, em Birigui (SP), com oferecimento de 464 lotes e residenciais em condomínio fechado e outros 370 lotes no Quinta do Ipê Residencial Parque, em Araçatuba.
“A tendência é o setor imobiliário ter grande expansão no interior”, ressalta José Maurício Caldeira. A procura por imóveis nas cidades com mais de 100 quilômetros de distância da capital paulista e com boa infraestrutura aumentou com a popularização do home office. Subiu 340% no primeiro semestre de 2020, em plena pandemia da Covid-19, segundo um levantamento do Grupo ZAP.
CONSOLIDAÇÃO NO MERCADO DE MDF
A Greenplac, empresa da Asperbras que produz placas de MDF, também está aproveitando as oportunidades trazidas pelo aquecimento da construção civil e do mercado imobiliário.
A companhia lançou neste ano os padrões de cores e texturas Rosato, Volato e Verbenni. Com os lançamentos, a marca oferece 36 padrões diferentes para seus clientes. Trata-se de mais uma etapa de um plano de expansão e consolidação da GreenPlac, que vem sendo implementado desde o início de suas atividades, em 2018.
Ao longo dos dois últimos anos, a companhia tem investido fortemente na autossuficiência de sua planta industrial, instalada em Água Clara (MS). A GreenPlac utiliza madeira própria, plantada em áreas da Asperbras, e instalou uma unidade de produção de resina e outra de formol, insumos utilizados na produção do MDF.
A fábrica reutiliza a água de chuva em seu processo produtivo. Além disso, ela dispõe de autonomia na geração de energia elétrica. A Asperbras dispõe de uma usina termoelétrica de biomassa em Guarapuava (PR), que produz a quantidade de energia equivalente ao que a GreenPlac consome, em Água Clara. A usina alimenta a planta da GreenPlac indiretamente, por meio de compensação energética.
Para as próximas etapas, a GreenPlac pretende conquistar o mercado externo. Para tanto, a empresa tem investido em certificações acreditadas pelo mercado, como a FSC – CoC (Cadeia de Custódia), o ISO (International Organization for Standardization), certificação que promove a padronização das normas e procedimentos, e o selo CARB (California Air Resources Board), que pode dar acesso de seus produtos a importadores dos Estados Unidos.
Website: http://www.ecco.inf.br