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O problema do uso de substâncias afeta muitas pessoas no Brasil e no mundo. Segundo dados de 2019 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos decorrentes do uso de drogas e necessitam de tratamento em clínicas para dependentes químicos.
No Brasil, a situação não é diferente: de acordo com estudos organizados pela Lenad Família, instituição que faz levantamentos a respeito do uso de drogas no Brasil, quase 30 milhões de cidadãos brasileiros conhecem um familiar que seja dependente químico.
Além disso, de acordo com outras pesquisas da OMS, cerca de 6% da população brasileira atual tem alguma dependência química. Isso totaliza um contingente de 12,4 milhões de pessoas.
Por isso, o médico Luiz Antonio Marques de Mendonça, que trabalha na Clínica Cleuza Canan, que há mais de 30 anos trata dependentes químicos e outros transtornos mentais no Paraná irá oferecer esclarecimentos.
O que é dependência química? – A dependência química é caracterizada pelo uso repetido e incontrolável de drogas de uma forma que ameaça a saúde e o bem-estar físico e mental do indivíduo, bem como a segurança física e o bem-estar emocional das pessoas ao seu redor. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM), o sistema de classificação da Associação Americana de Psiquiatria para distúrbios psiquiátricos, uma pessoa pode ser considerada dependente se três ou mais dos seguintes itens estiverem presentes:
- Tolerância a uma substância psicoativa
- Sinais e sintomas de abstinência
- Tomar a substância em quantidades maiores ou durante um período de tempo maior do que o pretendido
- Esforços infrutíferos para reduzir ou controlar o uso da substância
- Muito tempo gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância
- Atividades sociais, ocupacionais ou recreativas importantes abandonadas ou reduzidas devido ao uso de substâncias
- Uso continuado da substância, apesar de ter problemas físicos ou psicológicos persistentes ou recorrentes que possam ser causados ou exacerbados pela substância.
Tendo isso em mente: Dependência é o mesmo que vício? – O termo vício foi superado e hoje considera-se que a terminologia mais adequada a ser empregada nesse contexto é dependência química, conceito esse que não traz consigo qualquer tipo de implicação de ordem ético-moral para o indivíduo. Consequentemente, transpõe-se a natureza do transtorno por uso de substâncias, deixando de ser uma questão moral e de desrespeito às normas sociais, passando a enquadrar-se enquanto doença tratável, ainda que incurável.
Levando tais mudanças em consideração, pode-se definir a dependência como um transtorno por uso de substâncias psicoativas, que devido à recorrência do consumo poderá induzir no sujeito o desenvolvimento de um padrão comportamental patológico, alterações físicas e psiquiátricas.
Quais são as dependências químicas mais comuns no Brasil?
– A crescente classe média do Brasil tem se envolvido cada vez mais com drogas como, por exemplo, a cocaína. O país consome hoje 18% da oferta mundial anual da droga, com 2,8 milhões de brasileiros, ou 1,4% da população, fazendo uso de um total de 92.000 quilos em 2010, segundo estimativas fornecidas pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Visto esses números expressivos: Quais são as drogas mais comuns no Brasil e quais os efeitos mais graves dessas substâncias?
– As drogas mais comumente consumidas no Brasil são o álcool e o tabaco. Segue-se a eles a maconha, a cocaína e seus derivados.
A intoxicação aguda do álcool e cocaína podem levar a óbito. Já o uso crônico de todas as substâncias supracitadas pode desencadear inúmeras alterações biopsicossociais, podendo levar o usuário à morte. Levando-se em conta o álcool, substância de maior abuso observado na população brasileira, poderá ser responsável por significativas morbidades físicas. O usuário crônico poderá sofrer desnutrição severa, insuficiência pancreática e hepática, desenvolvimento de gota, osteoporose, hipertensão arterial, entre outras complicações fisiológicas, além de alterações psiquiátricas graves, como intoxicação alcoólica, síndrome de abstinência do álcool, alucinose alcoólica, depressão, podendo ampliar o risco de suicídio do indivíduo.
Qual o melhor tratamento para dependentes químicos?
– A abordagem terapêutica para a dependência química é muito variável. Afinal, cada dia há novas descobertas científicas que promovem o conhecimento e permitem novas e eficazes abordagens medicamentosas e terapêuticas. Mas, por outro lado, um ponto-chave do tratamento é o reconhecimento do próprio dependente químico de que ele passa por uma doença que precisa ser controlada diariamente no intuito de promover a satisfação de seu viver.
As clínicas para dependentes químicos (como a Clínica Cleuza Canan) oferecem uma série de abordagens a fim de restabelecer o equilíbrio nas mais variadas partes do ser humano: biológica, psíquica, social e até mesmo espiritual. Hoje em dia, caiu-se por terra a abordagem reducionista que insiste em dizer que o problema é só psicológico ou somente social. Na realidade os transtornos químicos surgem de contextos complexos e multifatoriais.
Diante da dificuldade que os pacientes com doenças quimicamente dependentes devem manter a abstinência para aumentar suas chances de sucesso no processo de tratamento, é necessária uma conduta cautelosa e completa.
Quais são os requisitos para o dependente controlar o uso de substâncias e ter uma vida funcional?
– Antes de mais nada, é imprescindível que o usuário se mantenha abstinente. Para isso, deve-se buscar auxilio profissional especializado, dar início à psicoterapia, suporte medicamentoso administrado por um psiquiatra quando necessário e prescrito. A abordagem terapêutica mais indicada pela American Psychological Association (APA) para o tratamento da dependência química é a Terapia Cognitivo-Comportamental, metodologia focada na prevenção de recaídas, desenvolvimento de habilidades sociais e mudança de hábitos que possam levar o indivíduo ao consumo de substâncias dependógenas.
Onde procurar ajuda para dependentes químicos?
– A primeira etapa da recuperação é criar consciência de que o uso de substâncias se tornou um problema na vida da pessoa, o que está perturbando a qualidade de sua vida. Isto pode resultar em deficiências na escola, no trabalho, social, recreativo ou em outras áreas importantes da função.
Assim que um indivíduo reconhece o impacto negativo de uma substância em sua vida, uma ampla gama de opções de tratamento está disponível. Uma delas é usar um regime de internação em uma clínica especializada.
Nesse sentido, a Clínica Cleuza Canan já ajudou pacientes a retomarem o controle de suas próprias vidas e controlarem a dependência química. Para obter mais informações o site da Clínica Cleuza Canan é:
https://clinicacleuzacanan.com.br/
Website: https://clinicacleuzacanan.com.br/